21.10.11

Vivendo lentamente

Falar sobre o cotidiano sempre me deixa com uma impressão de que algo ficou faltando. Talvez porque eu tenha a inclinação a achar que minha vida está entre as menos interessantes deste mundo e que, assim sendo, não há nada a falar. Ou, pelo menos, nada de tão interessante que faça com que outras pessoas percam cinco minutos da sua vida lendo ou escutando qualquer coisa que eu tenha a dizer.
Considero minha vida bem monótona, ou no mínimo enfadonha para os padrões atuais onde as coisas acontecem tão rapidamente que dificilmente conseguimos acompanhar, ou então tão cheia de tragédias e dramas que muitas vezes merecem ser contados no Jornal Nacional. Onde todos estão sempre tão ocupados e preocupados que não há tempo para sentir nem valorizar as coisas lentas, prazerosas e muitas vezes mágicas que acontecem no nosso dia-a-dia.
Quem me conhece melhor sabe que sempre fiz absoluta questão de não cultivar jamais nenhum tipo de pacto com a desgraça, com a pobreza de espírito ou com as doenças do corpo ou da alma. Não admito que a infelicidade ou as tragédias batam à minha porta e, caso batam, me recuso a deixá-las entrar. Sou chamada por alguns de tonta, por outros de alienada. Dizem que fecho os olhos para o que acontece à minha volta e que a vida passa lá fora sem que eu perceba. Não acho. Acho só que percebo a vida, as coisas, as pessoas, de um jeito um pouco mais leve e mais feliz.
Um jeito desinteressante de viver? Pode ser. Talvez eu inevitavelmente envelheça sem tantas histórias para contar quanto uma turma de gente que eu conheço e que anda desenfreada procurando as coisas por aí. Mas com certeza meu tempo passará mais lentamente, meus cabelos demorarão mais a embranquecer, e as muitas poesias que leio e canções que ouço permanecerão vivas na minha memória por mais tempo. Viverei tranquilamente ignorando algumas dificuldades que me recuso a aceitar. Mas com certeza terei muito, muito tempo para cuidar das minhas flores e para ver todas as árvores, as pessoas e os amigos que plantei ao longo da vida evoluírem e darem belíssimos frutos.
Bom final de semana!

16.9.11

POEMA FEMININO

Que mulher nunca teve:
Um sutiã meio furado,
Um primo meio tarado,
Ou um amigo meio viado?

Que mulher nunca tomou:
Um fora de querer sumir,
Um porre de cair
Ou um lexotan para dormir?

Que mulher nunca sonhou:
Com a sogra morta, estendida,
Em ser muito feliz na vida,
Ou com uma lipo na barriga?

Que mulher nunca pensou:
Em dar fim numa panela,
Jogar os filhos pela janela
Ou que a culpa era toda dela?

Que mulher nunca penou:
Para ter a perna depilada,
Para aturar uma empregada,
Ou para trabalhar menstruada?

Que mulher nunca comeu:
Uma caixa de Bis, por ansiedade,
Uma alface, no almoço, por vaidade,
Ou, um canalha por saudade?

Que mulher nunca apertou:
O pé no sapato para caber,
A barriga para emagrecer,
Ou um ursinho para não enlouquecer?

Que mulher nunca jurou:
Que não estava ao telefone,
Que não pensa em silicone,
Que 'dele' não lembra nem o nome?

É isso aí, amigas... Só sendo mulher para entender o significado deste poema!
E que venha o final de semana...
Ana

14.9.11

ANTES QUE ELES CRESÇAM

Para a Gi, pelo seu oitavo aniversário. Para me ajudar a lembrar de fazer tudo o que for possível, antes que cresça ainda um pouco mais, meu amor...


ANTES QUE ELES CRESÇAM


Affonso Romano de Sant'Anna

Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.

29.8.11

45 lições


Mais um da série "Auto-Ajuda". Um dia ainda junto tudo num livro. Talvez sirva para alguém...

Uma linda semana para todos!
Ana



Escrito por Regina Brett, 90 anos de idade, em The Plain Dealer, Cleveland , Ohio: “Para celebrar o meu envelhecimento, certo dia eu escrevi as 45 lições que a vida me ensinou. É a coluna mais solicitada que eu já escrevi. Passei dos 90 em agosto, portanto aqui vai a coluna mais uma vez.”


1. A vida não é justa, mas ainda é boa.
2. Quando estiver em dúvida, dê somente, o próximo passo, pequeno .
3. A vida é muito curta para desperdiçá-la odiando alguém.
4. Seu trabalho não cuidará de você quando você ficar doente. Seus amigos e familiares cuidarão. Permaneça em contato.
5. Pague mensalmente seus cartões de crédito.
6. Você não tem que ganhar todas as vezes. Concorde em discordar.
7. Chore com alguém. Cura melhor do que chorar sozinho.
8. É bom ficar bravo com Deus. Ele pode suportar isso.
9. Economize para a aposentadoria começando com seu primeiro salário.
10. Quanto a chocolate, é inútil resistir.
11. Faça as pazes com seu passado, assim ele não atrapalha o presente.
12. É bom deixar suas crianças verem que você chora.
13. Não compare sua vida com a dos outros. Você não tem idéia do que é a jornada deles.
14. Se um relacionamento tiver que ser um segredo, você não deveria entrar nele.
15. Tudo pode mudar num piscar de olhos. Mas não se preocupe; Deus nunca pisca.
16. Respire fundo. Isso acalma a mente.
17. Livre-se de qualquer coisa que não seja útil, bonito ou alegre.
18. Qualquer coisa que não o matar o tornará realmente mais forte.
19. Nunca é muito tarde para ter uma infância feliz. Mas a segunda vez é por sua conta e ninguém mais.
20. Quando se trata do que você ama na vida, não aceite um não como resposta.
21. Acenda as velas, use os lençóis bonitos, use lingerie chic. Não guarde isto para uma ocasião especial. Hoje é especial.
22. Prepare-se mais do que o necessário, depois siga com o fluxo.
23. Seja excêntrica agora. Não espere pela velhice para vestir roxo.
24. O órgão sexual mais importante é o cérebro.
25. Ninguém mais é responsável pela sua felicidade, somente você.
26. Enquadre todos os assim chamados "desastres" com estas palavras 'Em cinco anos, isto importará?'
27. Sempre escolha a vida.
28. Perdoe tudo de todo mundo.
29. O que outras pessoas pensam de você não é da sua conta.
30. O tempo cura quase tudo. Dê tempo ao tempo.
31. Não importa quão boa ou ruim é uma situação, ela mudará.
32. Não se leve muito a sério. Ninguém faz isso.
33. Acredite em milagres.
34. Deus ama você porque ele é Deus, não por causa de qualquer coisa que você fez ou não fez.
35. Não faça auditoria na vida. Destaque-se e aproveite-a ao máximo agora.
36. Envelhecer ganha da alternativa - morrer jovem.
37. Suas crianças têm apenas uma infância.
38. Tudo que verdadeiramente importa no final é que você amou.
39. Saia de casa todos os dias. Os milagres estão esperando em todos os lugares.
40. Se todos nós colocássemos nossos problemas em uma pilha e víssemos todos os outros como eles são, nós pegaríamos nossos mesmos problemas de volta.
41. A inveja é uma perda de tempo. Você já tem tudo o que precisa.
42. O melhor ainda está por vir.
43. Não importa como você se sente, levante-se, vista-se bem e apareça.
44. Produza!
45. A vida não está amarrada com um laço, mas ainda é um presente.

24.8.11

Isso também passa!


Desconheço a autoria. Só sei que recebi por e-mail de um amigo pra lá de querido. Com certeza ele não sabia o bem que me fez, e ainda me faz ler e reler esse texto todas as vezes que preciso de um empurrãozinho para seguir a jornada. Como agora. E do mesmo jeito que ele me abre os olhos como uma lufada de ar fresco, vou deixá-lo por aqui. Talvez seja útil a mais alguém...

"Chico Xavier costumava ter em cima da sua cama uma placa escrita: ISSO TAMBÉM PASSA!

Então perguntaram a ele o porquê disso, e ele disse que era para que quando estivesse passando por momentos difíceis, se lembrar de que eles iriam embora, iriam passar e que ele estava vivendo isso só por algum motivo. Mas essa placa também era para lembrá-lo de que quando estivesse muito feliz, não deveria deixar tudo para trás e se deixar levar, porque esses momentos também iriam passar e momentos dificeis viriam novamente.

É exatamente disso que a vida é feita, "MOMENTOS." Momentos que temos que passar, sendo bom ou não, para a nossa própria aprendizagem, nunca esquecendo do mais importante: Nada nessa vida é por acaso!

"Cada escolha, por menor que seja, é uma forma de semente que lançamos sobre o canteiro que somos. Um dia, tudo o que agora silenciosamente plantamos, ou deixamos plantar em nós, será plantação que poderá ser vista de longe...

Para cada dia, o seu empenho. A sabedoria bíblica nos confirma isso, quando nos diz que “debaixo do céu há um tempo para cada coisa”!"

Hoje, neste tempo que é seu, o futuro está sendo plantado. As escolhas que você procura, os amigos que você cultiva, as leituras que você faz, os valores que você abraça, os amores que você ama, tudo será determinante para a colheita futura.

Felicidade talvez seja isso: alegria de recolher da terra que somos, frutos que sejam agradáveis aos olhos!

Infelicidade, talvez seja o contrário.

O que não podemos perder de vista é que a vida não é real fora do cultivo. Sempre é tempo de lançar sementes... Sempre é tempo de recolher frutos. Tudo ao mesmo tempo. Sementes de ontem, frutos de hoje, Sementes de hoje, frutos de amanhã!

Por isso, não perca de vista o que você anda escolhendo para deixar cair na sua terra. Cuidado com os semeadores que não lhe amam. Eles têm o poder de estragar o resultado de muitas coisas.

Cuidado com os semeadores que você não conhece. Há muita maldade escondida em sorrisos sedutores...

Cuidado com aqueles que deixam cair qualquer coisa sobre você, afinal, você merece muito mais que qualquer coisa.

Cuidado com os amores passageiros... eles costumam deixar marcas dolorosas que não passam...

Cuidado com os invasores do seu corpo... eles não costumam voltar para ajudar a consertar a desordem...

Cuidado com os olhares de quem não sabe lhe amar... eles costumam lhe fazer esquecer que você vale à pena...

Cuidado com as palavras mentirosas que esparramam por aí... elas costumam estragar o nosso referencial da verdade...

Cuidado com as vozes que insistem em lhe recordar os seus defeitos... elas costumam prejudicar a sua visão sobre si mesmo.

Não tenha medo de se olhar no espelho. É nessa cara que você tem, que Deus resolveu expressar mais uma vez, o amor que Ele tem pelo mundo.

Não desanime de você, ainda que a colheita de hoje não seja muito feliz.

Não coloque um ponto final nas suas esperanças. Ainda há muito o que fazer, ainda há muito o que plantar, e o que amar nessa vida.

Ao invés de ficar parado no que você fez de errado, olhe para frente, e veja o que ainda pode ser feito...

A vida ainda não terminou. E já dizia o poeta "que os sonhos não envelhecem..."

Vai em frente. Sorriso no rosto e firmeza nas decisões."

É isso aí! Beijos a quem vier...
Ana

19.7.11

Aos que chamo de amigos...

Aos amigos de ontem e de hoje, e aos que ainda chegarão. Aos que permaneceram e aos que se foram. Aos próximos e aos distantes. Aos bravos e aos mansos. A todos que vieram trazendo gotas ou rios de felicidade e cumplicidade. Aos que passaram rapidamente e aos que se demoraram no caminho. Aos que voltarão um dia e aos que jamais irei rever. Aos que deixaram algo e aos que levaram tudo. Aos que continuam comigo apesar de tudo. Gratidão eterna...



20 de julho - Dia do Amigo

16.7.11

Escrevendo P, M, G, GG...

Esta semana deletei minha conta no Twitter. Com imenso alívio e sem arrependimentos, depois de perceber com tristeza que abandonei meu blog por mais de 40 dias. Por mais que as coisas não andem assim tão boas e a vida atualmente não esteja me presenteando com momentos muito fáceis, a negligência tornou-se imperdoável, ao menos para mim.

Sob pena de abandonar uma das atividades mais prazerosas entre as várias que cultivo, tratei logo de me animar e colocar a caneta de novo para trabalhar. Me peguei pensando sobre as infinitas e inúmeras palavras que já vomitei ao longo da vida. Muitas se juntaram formando escritos até que bem bacanas. Alguns poucos a modéstia me permite confessar que considero sensacionais. Mas na imensa maioria das vezes o resultado deixou muito a desejar, mesmo eu tendo certeza de não ter nem de longe a mínima competência e muito menos a imparcialidade necessárias para julgá-los.

Depois da conclusão de que os 140 caracteres de um texto tamanho P não são nem de longe suficientes para eu dizer qualquer coisa, por menor que seja a idéia, vai-se o Twitter, pelo menos por enquanto. Volto feliz para os pensamentos tamanho G no Blog, já filosofando sobre as possibilidades que os 420 caracteres tamanho M do amigo Facebook me permitem. Quem sabe dizer se ainda não subtituirei o tempo passado ali pelo cada vez mais próximo grande projeto... esse de tamanho GG... o novo livro que está para chegar...

What Kind Of Flower You Are

I am an Iris



"You are a very sensual person. You like to experience all the sights, smells, tastes and textures the world has to offer. Ordinary be damned, because you want to do it all."

Fonte: http://www.thisgardenisillegal.com/cgi-bin/quiz.cgi

1.6.11

Poemas de Junho

Chegam-me os poemas de Junho devagar
uma letra
depois outra…
Surpreende-me uma vogal
uma vírgula
Sinais de um tempo que se escreve
com palavras frias
mas aconchegantes
Frases inteiras por vezes
outras quebradas
vindas de longe
partidas pela viagem do sol
que deixa os dias mais curtos
são anúncio de um novo ciclo
ensinando a soletrar a vida
Que nos devolve o lugar de um qualquer objecto prosaico
que já teve outros lugares
noutros junhos

*Manuel Dionísio*
*(poeta luso-angolano; poema a ser publicado no seu próximo livro “Palavras como resgate”)
Fonte: http://malambas.blogspot.com/2007/06/poemas-de-junho.html

9.5.11

Para ouvir de joelhos...


São demais os perigos desta vida
pra quem tem paixão...

...arte das palavras na sua forma mais sublime... para ouvir de joelhos, de olhos bem fechados... lindo...

23.4.11

O Coelho da Lua

(Tradição Hindu)

Era uma vez três coelhinhos que viviam em três cavernas do Himalaia, onde levavam uma vida inteiramente dedicada a Deus.
Diariamente rezavam a Deus, pois seu maior desejo, era entrar no reino do céu.
O primeiro coelho tinha um pêlo marrom; o segundo tinha uma mancha branca no pêlo marrom, e o terceiro, que se chamava “Nevo”, tinha o pêlo completamente branco.
Os três coelhos amavam-se muito e, o que um fazia, os outros faziam também.
Mesmo estando absorvidos por suas orações durante todo o dia, tinham que procurar alimentos para não morrerem de fome.
Assim, passaram-se muitos anos. Moravam bem perto um do outro, e estavam sempre voltados a Deus. Até que, finalmente, suas orações chegaram aos ouvidos de Deus e Ele decidiu recompensar tanta dedicação. E, apesar de Deus conhecer bem o coração dos coelhos, ainda quis pô-los à prova.
Assim, Deus-Pai chamou a Lua, cujo nome era Chandra, e disse:
- Como você só precisa brilhar no céu à meia-noite, dirija-se antes às montanhas do Himalaia e lá, visite os três coelhinhos. Peça a cada um, um pouco de comida. Depois que terminar a visita, volte a mim e relate o que viu.
A Lua obedeceu e visitou em primeiro lugar o coelho marrom.
Este preparou o seu jantar e viu Chandra chegar à porta de sua caverna. Muito feliz pela visita convidou-a para entrar e compartilhar de sua refeição. Mais tarde a Lua agradeceu e procurou o segundo coelho.
Quando este ouviu alguém se aproximar, exclamou alegre: - Bem vindo amigo! — e após ouvir o pedido da Lua disse:
- Com todo prazer saciarei a sua fome, mas deve desculpar a minha demora, pois hoje fiquei absorvido nas minhas orações e esqueci de sair à procura de alimentos.
Espere um pouco que lhe servirei uma refeição. Após ter procurado alimentos, não se serviu de nada, deixando tudo para o hóspede, a Lua.
Por último, Chandra dirigiu-se até a caverna do coelho branco chamando, “Nevo”.
Bateu, inutilmente por muito tempo, à porta da caverna do coelho branco, que estava mergulhado em profunda meditação e demorou a sair da caverna para cumprimentar a Lua.
- Procuro alguém que possa me dar alguma coisa para comer, disse Chandra. Após longa caminhada pelos campos gelados das montanhas, estou com muita fome.
Descanse minha querida, pediu “Nevo”, enquanto vejo o que posso servir-lhe.
De bom grado a Lua aceitou o convite e sentou-se no chão da caverna, pois não havia nem cadeira, nem cama para um descanso.
A Lua sentiu-se muito bem na caverna do coelho “Nevo”, pois o ar era fresco e ameno.
Enquanto isto, o coelho revistava a sua dispensa. Mas, que susto!
Há dias o coelho não procurava mais alimentos, por estar profundamente absorvido em suas orações.
O coelho sentiu-se muito triste por não poder oferecer algo à tua visita, pois Deus sempre considerou uma das primeiras obrigações de todos, receber bem os viajantes. Sentou-se para pensar e depois, voltou à estrada de sua caverna, onde Chandra já o esperava impacientemente, pois já era tarde e ela precisava voltar para ao céu.
- Querida Lua — disse o coelho “Nevo” - não seja impaciente, vou acender o fogo para você se aquecer e logo lhe servirei algo para jantar.
Após acender o fogo o coelho disse:
- Como não tenho nada em casa para comer e não quero falhar em uma das mais importantes leis divinas, desejo oferecer-me a você como alimento.
E, antes que Chandra, a lua, pudesse impedi-lo, jogou-se na fogueira.
Assustada com o que vivenciara, Chandra voltou ao céu, dirigindo-se ao trono de Deus-Pai para relatar tudo o que aconteceu.
Mas como foi grande a sua surpresa ao avistar, no colo de Deus-Pai, um coelho branco como a neve, irradiando maravilhosa luz.

Feliz Páscoa a todos!!!!

20.4.11

Silêncio...

O tempo passa e me acostumo a viver com cada vez menos... exercício constante de desapego, de coisas, situações, lugares, pessoas, conceitos, preconceitos. Para quem, como eu, gosta tanto das palavras e têm plena consciência do quanto perturbo quem me rodeia, tagarelando compulsivamente coisas que não interessam a ninguém, o silêncio é um desafio constante. Como no lindo texto que acabei de ler, "Os índios não têm medo do silêncio". Um dia chego lá!

"Nós os índios, conhecemos o silêncio, não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. "Observa, escuta, e logo atua", nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.

Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes; observa os anciões para ver como se comportam; observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.

Com vocês, homens brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola, em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes e chamam isso de "resolver um problema". Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.

Vocês gostam de discutir, em sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei, e talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo, mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.

Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas, muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio."

Texto traduzido por Leela, Porto Alegre: "Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder" - Kent Nerburn
Extraído de http://luabackdoorgirl.blogspot.com/

18.4.11

Repasso, pedindo licença!


Peço licença, Adriana Falcão. Seus livros me acompanham há tempos, e esse seu texto me diz com tremenda exatidão várias coisas inexatas que tento entender...
Algumas partes foram minhas companheiras durante uma parte muito importante desta minha breve passagem pelo mundo. Algumas ainda são importantes e insistem em não partir. Outras, deixei de lado. Pelo menos por enquanto. A vida vai trazendo-as e levando-as, conforme as marés...
Posso compartilhar???...
Obrigada por dividir palavras e pensamentos conosco...

Mania de Explicação
(Adriana Falcão)
"...Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada em especial.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é Fevereiro...
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em outra época do ano.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não.
Amor é um exagero... também não. É um desaforo... Uma batelada?
Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero,
um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação,
esse negócio de amor não sei explicar..."

14.4.11

Filhos: investimento altamente lucrativo

O equilíbrio entre realizações pessoais e profissionais é, atualmente, um objetivo constante do ser humano. Isso envolve inúmeros conflitos internos, entre os quais, o investimento no bem estar ou em especializações, a dedicação ao lar ou ao trabalho, e até mesmo grandes questionamentos, como a decisão de constituir ou não uma família. Será que gastos e preocupações compensam o amor e a admiração obtida?

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios (Cefipe) revela que o preço para se criar um filho, até os 22 anos, está em torno de R$ 243 mil, na média. Com esse valor, você poderia comprar uma boa casa, o carro dos sonhos, um iate ou artigos de luxo, dentre outras coisas, mas se escolher sair do mundo da utilidade para o mundo do significado e garantir a continuidade do seu DNA, o que não significa que se arrependerá ou terá que abrir mão dos seus sonhos, você terá a oportunidade de vivenciar a experiência única do amor pleno. A partir do momento que você vê um filho como uma oportunidade de crescimento recíproco e amor incondicional, o peso da palavra obrigação se dispersa, e sua qualidade de vida progride, culminando em segurança e prosperidade.

Já diz o bordão que há coisas que o dinheiro não compra e, com certeza, a maternidade e a paternidade não são substituídas por preço algum. Porque a benção de ter um filho não tem preço, tem valor, e como tudo que tem valor fica impossível mensurar. Diga-me você qual é o valor do barro, tinta, sorvete e desenhos? Podem constituir um dia de incontáveis risadas, talvez você não consiga tantas naquele festival internacional de ingressos caros. Ser o herói para alguém – o qual você considera a pessoa mais importante da sua vida – é mais do que uma realização plena, é ser amado pelo simples fato de existir.

Quando você sai dos bastidores das preocupações financeiras e vira o protagonista da vida de um ser humano, sua sensibilidade para com o mundo aflora. O otimismo se faz presente, bem como a alegria e a responsabilidade social. Mas isso se aplica aos que vivem a plenitude das funções sem culpa. Portanto, comemore, vibre com intensidade em simples conquistas e intensifique os momentos que te fazem feliz. Inclusive, muitos devem ser gerados por aquele que você decidiu investir os 243 mil reais!

Identificar suas atitudes, e como você está lidando com suas aspirações, pode ser o primeiro passo para ser feliz, ter sucesso e ter um filho. É claro que dificuldades financeiras, preocupações e incertezas são evidentes, porém, não pense tanto nos gastos e frustrações, mas naquilo que é insubstituível que pode ser proporcionado, afinal, há tantas coisas com as quais você gasta e não te dão retorno algum! Limite os custos, mas não o amor, pois ter um filho é investimento com retorno garantido e permanente.

Talvez esse amor seja assim tão sublime porque é, no fundo, um amor a si mesmo. Amamos em nossos filhos a centelha de nós ali depositada. Eles são nossa continuidade. Talvez seja essa a fonte desse amor que nutrimos por eles. Não é à toa que esse é o único amor incondicional. Afinal é pelo amor materno e paterno que nos tornamos eternos!


*Anderson Cavalcante É administrador de empresas com ênfase em Marketing e MBC pela University of Florida. É autor dos best-sellers “O que realmente importa?”; “As coisas boas da vida”, entre outras obras produzidas pela Editora Gente.
Para mais informações, acesse www.andersoncavalcante.com.br

11.4.11

Com amor...


"O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará."
Eis aí a infinita capacidade do AMOR! Com a esperança do mundo melhor que vai chegar...

4.4.11

Paz Interior!

"O caminho para encontrar a paz interior é terminar todas as coisas que você começou".

Então, neste último sábado, olhei ao meu redor para ver todas as coisas que eu tinha começado e não havia acabado.
Em seguida, eu terminei... com duas caixas de Skol, o final de uma garrafa de Black Label, uma garrafa aberta de Smirnoff, e uns ¾ de um garrafão de 5 litros de uma cachacinha de alambique mineira.
Tudo isso acompanhado de algumas azeitonas chilenas, salaminho e gorgonzola.

Você não tem idéia da paz interior que me deu... até flutuava....

"QUE A PAZ ESTEJA COM VOCÊ TAMBÉM"

21.3.11

“ESTA NÃO É A MINHA REALIDADE”

Tive que compartilhar...
É só clicar no http://floraisonline.blogspot.com/
Já está lá! E vale cada palavra...

Ana

Outono...

Se todos os rios são doces, de onde o mar tira o sal?


Como sabem as estações do ano que devem trocar de camisa?

Por que são tão lentas no inverno e tão agitadas depois?

E como as raízes sabem que devem alçar-se até a luz e saudar o ar com tantas flores e cores?

É sempre a mesma primavera que repete seu papel?

...E o outono?... ele chega legalmente ou é uma estação clandestina?

Pablo Neruda

20.3.11

Dez doenças...

Tem post novo no Florais: "Dez doenças espiritualmente transmissíveis"
Vão lá ver! E ler...
http://floraisonline.blogspot.com/

Para aqueles que buscam, tentam ou querem encontrar o caminho da Luz... Enfim, para todas as tribos que se encontram por aí...

Amo vocês!
Ana

5.3.11

Funcionando é diferente...


Um mecânico está desmontando o cabeçote de uma moto, quando ele vê na oficina um cirurgião cardiologista muito conhecido. Ele está olhando o mecânico trabalhar. Então o mecânico pára e pergunta:


- 'Ei, doutor, posso lhe fazer uma pergunta?'

O cirurgião, um tanto surpreso, concorda e vai até a moto na qual o mecânico está trabalhando. O mecânico se levanta e começa:

- "Doutor, olhe este motor. Eu abro seu coração, tiro válvulas, conserto-as, ponho-as de volta e fecho novamente, e quando eu termino, ele volta a trabalhar como se fosse novo. Como é então, que eu ganho tão pouco e o senhor tanto, quando nosso trabalho é praticamente o mesmo?"

Então o cirurgião dá um sorriso, se inclina e fala bem baixinho para o mecânico:

- 'Você já tentou fazer como eu faço, com o motor funcionando?'

Conclusão:

"QUANDO A GENTE PENSA QUE SABE TODAS AS RESPOSTAS, VEM A VIDA E MUDA TODAS AS PERGUNTAS."

23.2.11

Aviso para quem visitar a minha casa


Há tempos em que penso em escrever (e até já conversei com algumas pessoas) sobre a relação que se estabelece entre as pessoas que visitam a minha casa e as minhas cachorras que já tive, as que ainda estão comigo e as muitas (ou muitos) que com certeza ainda virão.
Todos sabem que compartilho minha vida com vários desses seres maravilhosos, autênticos e inteligentes, que considero anjos que nos são designados como companheiros e que merecem todo o amor e respeito que tivermos dentro de nossos corações. Todos sabem da minha reverência à Natureza e aos seres que fazem parte dela. E todos sabem do imenso carinho que dedico aos animais.
Admiro mais a eles do que a um montão de gente inútil que trafega pelo mundo sem saber direito a que veio. Vale lembrar também que não são pessoas que frequentam a minha casa, já que a passagem do tempo e o pouco discernimento que consegui adquirir ao longo dos anos me deram o direito de selecionar cuidadosamente as pessoas com as quais compartilho meu tempo e meus prazeres.
Hoje li esse texto e ainda estou tentada a colocá-lo num quadrinho, próximo da porta de entrada. Infelizmente desconheço o autor, mas parabenizo-o do fundo do meu coração. Faço deles as minhas palavras e reforço o recado dizendo que, se alguém não gosta dos seres vivos que dividem a vida comigo, muito provavelmente não irá gostar de mim também.
Aviso para quem visitar a minha casa

01- Seja sempre bem-vindo (a).

02- Lembre-se de que os meus cachorros vivem aqui. Você não.

03- Se você não quer pêlos de cachorros em suas roupas, fique em pé, longe do sofá.

04- Sim, o cachorros têm hábitos desagradáveis. Eu também, assim como você E daí?!

05- Claro que eles cheiram a cachorros. Já percebeu como nós, humanos, cheiramos ao final de um dia de trabalho? Coloque-se no lugar de alguém que tem um olfato 400 vezes mais sensível que o seu e sempre o receberá com explosões de carinho no retorno ao lar.

06- É da natureza deles tentarem cheirar você. Por favor, sinta-se à vontade para cheirá-los também.

07- Se existisse algum risco dos cachorros mordê-lo (la), eu não os deixaria se aproximarem de você. Porém, não posso impedi-los de responder a agressões, as quais podem ocorrer até em pensamento, seja para com eles, seja para comigo a quem devotam fidelidade. Os cachorros percebem, tenha certeza.

08- Você já tentou beijar alguém e recebeu em troca um empurrão? Se um dos cachorros tentar lambê-lo é porque aprova sua presença e quer demonstrar isso carinhosamente a você; e lembre-se que cachorros não mentem nem fingem.

09- Aqui cachorros recebem os devidos cuidados veterinários, alimentação sadia e cuidados higiênicos. Sua companhia é altamente recomendada pelos médicos, e a maioria das doenças que contraímos ao longo da vida com certeza são transmitidas por outros humanos.

10- Há diversas situações nas quais cachorros são preferíveis a pessoas. Afinal de contas, sempre podemos confiar inteiramente em sua fidelidade e sinceridade.

11- Para alguns eles são simples cachorros. Para mim são filhos adotivos que andam de 4 e não falam tão claramente. Eu não tenho problema em nenhum desses pontos. E você?

12- Volte sempre que quiser, pois será bem-vindo (a). Até pelos cachorros. Eles são mais sensíveis que nós, bastando se aproximar para distinguir com clareza os verdadeiros amigos de pessoas falsas.

Pronto, falei!

14.2.11

Domingo...


Dia lindo, pessoas lindas, gente feliz. Amigos, vários amigos. Lembranças boas, revelações, confidências. Amor sincero e verdadeiro compartilhado com alegria. Prazer em estar junto de gente que deixa deliciosas marcas na trajetória das nossas vidas. Que presente maior eu poderia querer para um domingo como este?


O tempo sempre se encarrega de juntar as almas afins...

Obrigada, meus queridos!

Amo vcs...

5.2.11

Limpa daqui, limpa dali...

Perdida entre uma raiva imensa e uma sensação de alívio profundo por ter dispensado os serviços da faxineira que estava comigo há quase 4 anos, ela sempre fingindo que cuidava de tudo enquanto eu fingia estar satisfeitíssima com seu trabalho, mergulhei intensamente no mundo da limpeza pesada. Aquelas, com produtos anunciados na TV e que miraculosamente removem os resíduos impregnados de sujeira nos cantos mais improváveis da casa, só com um paninho e sem esforço algum. Tudo mentira, diga-se de passagem. Limpeza requer esforço, muitas vezes bem maior do que estamos dipostos a dispender...

Revirando há dias por trás e debaixo dos móveis, me invade uma sensação de tristeza cada vez que me deparo com uma sujeira que reflete uma culpa que é minha, apenas minha. Concentrada demais no urgente, esqueci do importante. Apagando incêndios, esqueci de regar as plantas da limpeza diária, do cuidado e do amor com os detalhes e os pequenos espaços que usufruimos sem perceber que existem ao nosso redor. Estão lá, e estão bem. Se a poeira está escondida, não a enxergamos, então está tudo bem. Se os armários estão no lugar, mesmo com tudo caindo em cima da sua cabeça cada vez que as portas são abertas, então está tudo bem. Se não enxergamos, está bem...

Sujo por fora, sujo por dentro, ok? Então, mãos à obra! Vamos limpar... vamos cuidar... vamos amar... amar com generosidade o lugar que nos abriga e o espaço que nos rodeia. Mesmo que isso nos custe dores nos braços e nas costas, unhas não tão impecáveis, horas e horas em posições desconfortáveis, litros e litros de desinfetante e de água sanitária. A impressão de um trabalho que nunca terá fim e que, uma vez terminado, terá de ser recomeçado porque tudo já terá tido tempo de empoeirar de novo. Mas pelo menos a energia terá circulado e as sacolas de entulho terão saído definitivamente pelo portão da casa.

E o melhor de tudo: a constatação definitiva de que só nós sabemos amar de verdade o que é nosso. Ninguém nunca fará o trabalho de cuidar dos nossos tesouros, por menores e mais simples que sejam, de forma melhor do que nós mesmos. De que a limpeza vem de dentro para fora e de que o desprendimento do inútil em nossas vidas é um grande aprendizado que deve ser exercitado com rigor e disciplina. Sob pena de termos nossas almas tão impregnadas de sujeira como os cantos escondidos que descobri nos últimos dias.

Luz e paz no caminho, abraços amorosos a todos!
Ana

31.1.11

Recomendo!

Sinopse:

Dilys está casada há 20 anos com Francis, importante advogado, apenas alguns anos mais velho do que ela, com quem tem uma vida perfeita. Contudo, por trás dessa vida dos sonhos, existe uma mulher com um grande vazio existencial. Algo falta, algo que o dinheiro não pode comprar. Até o dia em que, após o funeral de seu melhor amigo, Dilys conhece Matthew, um homem sem ambições financeiras, por quem se apaixona profundamente. O caso entre os dois acende a chama há muito escondida dentro de Dilys, fazendo com que sua vida ganhe sabor novamente. E, para esconder o romance de seu marido, ela cria um álibi - sua velha, geniosa, atrevida e gananciosa tia. Uma história que traz o dilema de uma mulher madura que precisa escolher entre o amor e o desejo e uma vida calma e segura ao lado de seu marido.

Enquanto caminha em direção à liberdade (ou à destruição), descobre que a capacidade de trair está em todos nós e que mesmo as velhas tias têm segredos obscuros guardados a sete chaves.

Ganhei no final do ano, de uma amiga mais que querida. Devorei em 2 ou 3 dias, e há tempos quero comentar!

É leve, interessante. Título curioso, e um enredo que absorve percepções, desejos e experiências de mulheres de verdade. Com questionamentos e escolhas, motivos que nos movem, razões que o coração encobre e revela às vezes sem querer... Quantas de nós cruzamos com alguém e sorrimos alguma vez, e quantas deixamos passar tantas vezes a chance de sorrir. O que pode ser uma bênção ou uma tragédia, renovação ou destruição...

E o final... é uma super surpresa!

Juliana, querida! Obrigada... Amei...

13.1.11

Solidão contente



Hoje recebi este texto por e-mail e fui conferir se a autoria era desse cara mesmo. Não o conhecia. Encontrei não só esta, como várias outras colunas escritas por ele, publicadas no site da Revista Época e me surpreendi com a delíciosa leitura. Vale conferir!!!!

Ivan, virei sua fã!


O que as mulheres fazem quando estão com elas mesmas

(Por Ivan Martins, Editor-Executivo de Época e escreve às quartas-feiras)

Ontem eu levei uma bronca da minha prima. Como leitora regular desta coluna, ela se queixou, docemente, de que eu às vezes escrevo sobre “solidão feminina” com alguma incompreensão.

Ao ler o que eu escrevo, ela disse, as pessoas podem ter a impressão de que as mulheres sozinhas estão todas desesperadas – e não é assim. Muitas mulheres estão sozinhas e estão bem. Escolhem ficar assim, mesmo tendo alternativas. Saem com um sujeito lá e outro aqui, mas acham que nenhum deles cabe na vida delas. Nessa circunstância, decidem continuar sozinhas.

Minha prima sabe do que está falando. Ela foi casada muito tempo, tem duas filhas adoráveis, ela mesma é uma mulher muito bonita, batalhadora, independente – e mora sozinha.

Ontem, enquanto a gente tomava uma taça de vinho e comia uma tortilha ruim no centro de São Paulo, ela me lembrou de uma coisa importante sobre as mulheres: o prazer que elas têm de estar com elas mesmas.

“Eu gosto de cuidar do cabelo, passar meus cremes, sentar no sofá com a cachorra nos pés e curtir a minha casa”, disse a prima. “Não preciso de mais ninguém para me sentir feliz nessas horas”.

Faz alguns anos, eu estava perdidamente apaixonado por uma moça e, para meu desespero, ela dizia e fazia coisas semelhantes ao que conta a minha prima. Gostava de deitar na banheira, de acender velas, de ficar ouvindo música ou ler. Sozinha. E eu sentia ciúme daquela felicidade sem mim, achava que era um sintoma de falta de amor.

Hoje, olhando para trás, acho que não tinha falta de amor ali. Eu que era desesperado, inseguro, carente. Tivesse deixado a mulher em paz, com os silêncios e os sais de banho dela, e talvez tudo tivesse andado melhor do que andou.

Ontem, ao conversar com a minha prima, me voltou muito claro uma percepção que sempre me pareceu assombrosamente evidente: a riqueza da vida interior das mulheres comparada à vida interior dos homens, que é muito mais pobre.

A capacidade de estar só e de se distrair consigo mesma revela alguma densidade interior, mostra que as mulheres (mais que os homens) cultivam uma reserva de calma e uma capacidade de diálogo interno que muitos homens simplesmente desconhecem.

A maior parte dos homens parece permanentemente voltada para fora. Despeja seus conflitos interiores no mundo, alterando o que está em volta. Transforma o mundo para se distrair, para não ter de olhar para dentro, onde dói.

Talvez por essa razão a cultura masculina seja gregária, mundana, ruidosa. Realizadora, também, claro. Quantas vuvuzelas é preciso soprar para abafar o silêncio interior? Quantas catedrais para preencher o meu vazio? Quantas guerras e quantas mortes para saciar o ódio incompreensível que me consome?

A cultura feminina não é assim. Ou não era, porque o mundo, desse ponto de vista, está se tornando masculinizado. Todo mundo está fazendo barulho. Todo mundo está sublimando as dores íntimas em fanfarra externa. Homens e mulheres estão voltados para fora, tentando fervorosamente praticar a negligência pela vida interior – com apoio da publicidade.

Se todo mundo ficar em casa com os seus sentimentos, quem vai comprar todas as bugigangas, as beberagens e os serviços que o pessoal está vendendo por aí, 24 horas por dia, sete dias por semana? Tem de ser superficial e feliz. Gastando – senão a economia não anda.

Para encerrar, eu não acho que as diferenças entre homens e mulheres sejam inatas. Nós não nascemos assim. Não acredito que esteja em nossos genes. Somos ensinados a ser o que somos.

Homens saem para o mundo e o transformam, enquanto as mulheres mastigam seus sentimentos, bons e maus, e os passam adiante, na rotina da casa. Tem sido assim por gerações e só agora começa a mudar. O que virá da transformação é difícil dizer.

Mas, enquanto isso não muda, talvez seja importante não subestimar a cultura feminina. Não imaginar, por exemplo, que atrás de toda solidão há desespero. Ou que atrás de todo silêncio há tristeza ou melancolia. Pode haver escolha.

Como diz a minha prima, ficar em casa sem companhia pode ser um bom programa – desde que as pessoas gostem de si mesmas e sejam capazes de suportar os seus próprios pensamentos. Nem sempre é fácil.