23.2.11

Aviso para quem visitar a minha casa


Há tempos em que penso em escrever (e até já conversei com algumas pessoas) sobre a relação que se estabelece entre as pessoas que visitam a minha casa e as minhas cachorras que já tive, as que ainda estão comigo e as muitas (ou muitos) que com certeza ainda virão.
Todos sabem que compartilho minha vida com vários desses seres maravilhosos, autênticos e inteligentes, que considero anjos que nos são designados como companheiros e que merecem todo o amor e respeito que tivermos dentro de nossos corações. Todos sabem da minha reverência à Natureza e aos seres que fazem parte dela. E todos sabem do imenso carinho que dedico aos animais.
Admiro mais a eles do que a um montão de gente inútil que trafega pelo mundo sem saber direito a que veio. Vale lembrar também que não são pessoas que frequentam a minha casa, já que a passagem do tempo e o pouco discernimento que consegui adquirir ao longo dos anos me deram o direito de selecionar cuidadosamente as pessoas com as quais compartilho meu tempo e meus prazeres.
Hoje li esse texto e ainda estou tentada a colocá-lo num quadrinho, próximo da porta de entrada. Infelizmente desconheço o autor, mas parabenizo-o do fundo do meu coração. Faço deles as minhas palavras e reforço o recado dizendo que, se alguém não gosta dos seres vivos que dividem a vida comigo, muito provavelmente não irá gostar de mim também.
Aviso para quem visitar a minha casa

01- Seja sempre bem-vindo (a).

02- Lembre-se de que os meus cachorros vivem aqui. Você não.

03- Se você não quer pêlos de cachorros em suas roupas, fique em pé, longe do sofá.

04- Sim, o cachorros têm hábitos desagradáveis. Eu também, assim como você E daí?!

05- Claro que eles cheiram a cachorros. Já percebeu como nós, humanos, cheiramos ao final de um dia de trabalho? Coloque-se no lugar de alguém que tem um olfato 400 vezes mais sensível que o seu e sempre o receberá com explosões de carinho no retorno ao lar.

06- É da natureza deles tentarem cheirar você. Por favor, sinta-se à vontade para cheirá-los também.

07- Se existisse algum risco dos cachorros mordê-lo (la), eu não os deixaria se aproximarem de você. Porém, não posso impedi-los de responder a agressões, as quais podem ocorrer até em pensamento, seja para com eles, seja para comigo a quem devotam fidelidade. Os cachorros percebem, tenha certeza.

08- Você já tentou beijar alguém e recebeu em troca um empurrão? Se um dos cachorros tentar lambê-lo é porque aprova sua presença e quer demonstrar isso carinhosamente a você; e lembre-se que cachorros não mentem nem fingem.

09- Aqui cachorros recebem os devidos cuidados veterinários, alimentação sadia e cuidados higiênicos. Sua companhia é altamente recomendada pelos médicos, e a maioria das doenças que contraímos ao longo da vida com certeza são transmitidas por outros humanos.

10- Há diversas situações nas quais cachorros são preferíveis a pessoas. Afinal de contas, sempre podemos confiar inteiramente em sua fidelidade e sinceridade.

11- Para alguns eles são simples cachorros. Para mim são filhos adotivos que andam de 4 e não falam tão claramente. Eu não tenho problema em nenhum desses pontos. E você?

12- Volte sempre que quiser, pois será bem-vindo (a). Até pelos cachorros. Eles são mais sensíveis que nós, bastando se aproximar para distinguir com clareza os verdadeiros amigos de pessoas falsas.

Pronto, falei!

14.2.11

Domingo...


Dia lindo, pessoas lindas, gente feliz. Amigos, vários amigos. Lembranças boas, revelações, confidências. Amor sincero e verdadeiro compartilhado com alegria. Prazer em estar junto de gente que deixa deliciosas marcas na trajetória das nossas vidas. Que presente maior eu poderia querer para um domingo como este?


O tempo sempre se encarrega de juntar as almas afins...

Obrigada, meus queridos!

Amo vcs...

5.2.11

Limpa daqui, limpa dali...

Perdida entre uma raiva imensa e uma sensação de alívio profundo por ter dispensado os serviços da faxineira que estava comigo há quase 4 anos, ela sempre fingindo que cuidava de tudo enquanto eu fingia estar satisfeitíssima com seu trabalho, mergulhei intensamente no mundo da limpeza pesada. Aquelas, com produtos anunciados na TV e que miraculosamente removem os resíduos impregnados de sujeira nos cantos mais improváveis da casa, só com um paninho e sem esforço algum. Tudo mentira, diga-se de passagem. Limpeza requer esforço, muitas vezes bem maior do que estamos dipostos a dispender...

Revirando há dias por trás e debaixo dos móveis, me invade uma sensação de tristeza cada vez que me deparo com uma sujeira que reflete uma culpa que é minha, apenas minha. Concentrada demais no urgente, esqueci do importante. Apagando incêndios, esqueci de regar as plantas da limpeza diária, do cuidado e do amor com os detalhes e os pequenos espaços que usufruimos sem perceber que existem ao nosso redor. Estão lá, e estão bem. Se a poeira está escondida, não a enxergamos, então está tudo bem. Se os armários estão no lugar, mesmo com tudo caindo em cima da sua cabeça cada vez que as portas são abertas, então está tudo bem. Se não enxergamos, está bem...

Sujo por fora, sujo por dentro, ok? Então, mãos à obra! Vamos limpar... vamos cuidar... vamos amar... amar com generosidade o lugar que nos abriga e o espaço que nos rodeia. Mesmo que isso nos custe dores nos braços e nas costas, unhas não tão impecáveis, horas e horas em posições desconfortáveis, litros e litros de desinfetante e de água sanitária. A impressão de um trabalho que nunca terá fim e que, uma vez terminado, terá de ser recomeçado porque tudo já terá tido tempo de empoeirar de novo. Mas pelo menos a energia terá circulado e as sacolas de entulho terão saído definitivamente pelo portão da casa.

E o melhor de tudo: a constatação definitiva de que só nós sabemos amar de verdade o que é nosso. Ninguém nunca fará o trabalho de cuidar dos nossos tesouros, por menores e mais simples que sejam, de forma melhor do que nós mesmos. De que a limpeza vem de dentro para fora e de que o desprendimento do inútil em nossas vidas é um grande aprendizado que deve ser exercitado com rigor e disciplina. Sob pena de termos nossas almas tão impregnadas de sujeira como os cantos escondidos que descobri nos últimos dias.

Luz e paz no caminho, abraços amorosos a todos!
Ana