23.4.11

O Coelho da Lua

(Tradição Hindu)

Era uma vez três coelhinhos que viviam em três cavernas do Himalaia, onde levavam uma vida inteiramente dedicada a Deus.
Diariamente rezavam a Deus, pois seu maior desejo, era entrar no reino do céu.
O primeiro coelho tinha um pêlo marrom; o segundo tinha uma mancha branca no pêlo marrom, e o terceiro, que se chamava “Nevo”, tinha o pêlo completamente branco.
Os três coelhos amavam-se muito e, o que um fazia, os outros faziam também.
Mesmo estando absorvidos por suas orações durante todo o dia, tinham que procurar alimentos para não morrerem de fome.
Assim, passaram-se muitos anos. Moravam bem perto um do outro, e estavam sempre voltados a Deus. Até que, finalmente, suas orações chegaram aos ouvidos de Deus e Ele decidiu recompensar tanta dedicação. E, apesar de Deus conhecer bem o coração dos coelhos, ainda quis pô-los à prova.
Assim, Deus-Pai chamou a Lua, cujo nome era Chandra, e disse:
- Como você só precisa brilhar no céu à meia-noite, dirija-se antes às montanhas do Himalaia e lá, visite os três coelhinhos. Peça a cada um, um pouco de comida. Depois que terminar a visita, volte a mim e relate o que viu.
A Lua obedeceu e visitou em primeiro lugar o coelho marrom.
Este preparou o seu jantar e viu Chandra chegar à porta de sua caverna. Muito feliz pela visita convidou-a para entrar e compartilhar de sua refeição. Mais tarde a Lua agradeceu e procurou o segundo coelho.
Quando este ouviu alguém se aproximar, exclamou alegre: - Bem vindo amigo! — e após ouvir o pedido da Lua disse:
- Com todo prazer saciarei a sua fome, mas deve desculpar a minha demora, pois hoje fiquei absorvido nas minhas orações e esqueci de sair à procura de alimentos.
Espere um pouco que lhe servirei uma refeição. Após ter procurado alimentos, não se serviu de nada, deixando tudo para o hóspede, a Lua.
Por último, Chandra dirigiu-se até a caverna do coelho branco chamando, “Nevo”.
Bateu, inutilmente por muito tempo, à porta da caverna do coelho branco, que estava mergulhado em profunda meditação e demorou a sair da caverna para cumprimentar a Lua.
- Procuro alguém que possa me dar alguma coisa para comer, disse Chandra. Após longa caminhada pelos campos gelados das montanhas, estou com muita fome.
Descanse minha querida, pediu “Nevo”, enquanto vejo o que posso servir-lhe.
De bom grado a Lua aceitou o convite e sentou-se no chão da caverna, pois não havia nem cadeira, nem cama para um descanso.
A Lua sentiu-se muito bem na caverna do coelho “Nevo”, pois o ar era fresco e ameno.
Enquanto isto, o coelho revistava a sua dispensa. Mas, que susto!
Há dias o coelho não procurava mais alimentos, por estar profundamente absorvido em suas orações.
O coelho sentiu-se muito triste por não poder oferecer algo à tua visita, pois Deus sempre considerou uma das primeiras obrigações de todos, receber bem os viajantes. Sentou-se para pensar e depois, voltou à estrada de sua caverna, onde Chandra já o esperava impacientemente, pois já era tarde e ela precisava voltar para ao céu.
- Querida Lua — disse o coelho “Nevo” - não seja impaciente, vou acender o fogo para você se aquecer e logo lhe servirei algo para jantar.
Após acender o fogo o coelho disse:
- Como não tenho nada em casa para comer e não quero falhar em uma das mais importantes leis divinas, desejo oferecer-me a você como alimento.
E, antes que Chandra, a lua, pudesse impedi-lo, jogou-se na fogueira.
Assustada com o que vivenciara, Chandra voltou ao céu, dirigindo-se ao trono de Deus-Pai para relatar tudo o que aconteceu.
Mas como foi grande a sua surpresa ao avistar, no colo de Deus-Pai, um coelho branco como a neve, irradiando maravilhosa luz.

Feliz Páscoa a todos!!!!

20.4.11

Silêncio...

O tempo passa e me acostumo a viver com cada vez menos... exercício constante de desapego, de coisas, situações, lugares, pessoas, conceitos, preconceitos. Para quem, como eu, gosta tanto das palavras e têm plena consciência do quanto perturbo quem me rodeia, tagarelando compulsivamente coisas que não interessam a ninguém, o silêncio é um desafio constante. Como no lindo texto que acabei de ler, "Os índios não têm medo do silêncio". Um dia chego lá!

"Nós os índios, conhecemos o silêncio, não temos medo dele. Na verdade, para nós ele é mais poderoso do que as palavras. Nossos ancestrais foram educados nas maneiras do silêncio e eles nos transmitiram esse conhecimento. "Observa, escuta, e logo atua", nos diziam. Esta é a maneira correta de viver.

Observa os animais para ver como cuidam se seus filhotes; observa os anciões para ver como se comportam; observa o homem branco para ver o que querem. Sempre observa primeiro, com o coração e a mente quietos, e então aprenderás. Quanto tiveres observado o suficiente, então poderás atuar.

Com vocês, homens brancos, é o contrário. Vocês aprendem falando. Dão prêmios às crianças que falam mais na escola, em suas festas, todos tratam de falar. No trabalho estão sempre tendo reuniões nas quais todos interrompem a todos, e todos falam cinco, dez, cem vezes e chamam isso de "resolver um problema". Quando estão numa habitação e há silêncio, ficam nervosos. Precisam preencher o espaço com sons. Então, falam compulsivamente, mesmo antes de saber o que vão dizer.

Vocês gostam de discutir, em sequer permitem que o outro termine uma frase. Sempre interrompem. Para nós isso é muito desrespeitoso e muito estúpido. Se começas a falar, eu não vou te interromper. Te escutarei, e talvez deixe de escutá-lo se não gostar do que estás dizendo, mas não vou interromper-te. Quando terminares, tomarei minha decisão sobre o que disseste, mas não te direi se não estou de acordo, a menos que seja importante. Do contrário, simplesmente ficarei calado e me afastarei. Terás dito o que preciso saber. Não há mais nada a dizer. Mas isso não é suficiente para a maioria de vocês.

Deveriam pensar nas suas palavras como se fossem sementes. Deveriam plantá-las, e permiti-las crescer em silêncio. Nossos ancestrais nos ensinaram que a terra está sempre nos falando, e que devemos ficar em silêncio para escutá-la. Existem muitas vozes além das nossas, muitas vozes. Só vamos escutá-las em silêncio."

Texto traduzido por Leela, Porto Alegre: "Neither Wolf nor Dog. On Forgotten Roads with an Indian Elder" - Kent Nerburn
Extraído de http://luabackdoorgirl.blogspot.com/

18.4.11

Repasso, pedindo licença!


Peço licença, Adriana Falcão. Seus livros me acompanham há tempos, e esse seu texto me diz com tremenda exatidão várias coisas inexatas que tento entender...
Algumas partes foram minhas companheiras durante uma parte muito importante desta minha breve passagem pelo mundo. Algumas ainda são importantes e insistem em não partir. Outras, deixei de lado. Pelo menos por enquanto. A vida vai trazendo-as e levando-as, conforme as marés...
Posso compartilhar???...
Obrigada por dividir palavras e pensamentos conosco...

Mania de Explicação
(Adriana Falcão)
"...Solidão é uma ilha com saudade de barco.
Saudade é quando o momento tenta fugir da lembrança para acontecer de novo e não consegue.
Lembrança é quando, mesmo sem autorização, seu pensamento reapresenta um capítulo.
Autorização é quando a coisa é tão importante que só dizer "eu deixo" é pouco.
Pouco é menos da metade.
Muito é quando os dedos da mão não são suficientes.
Desespero são dez milhões de fogareiros acesos dentro de sua cabeça.
Angústia é um nó muito apertado bem no meio do sossego.
Agonia é quando o maestro de você se perde completamente.
Preocupação é uma cola que não deixa o que ainda não aconteceu sair de seu pensamento.
Indecisão é quando você sabe muito bem o que quer mas acha que devia querer outra coisa.
Certeza é quando a idéia cansa de procurar e pára.
Intuição é quando seu coração dá um pulinho no futuro e volta rápido.
Pressentimento é quando passa em você o trailer de um filme que pode ser que nem exista.
Renúncia é um não que não queria ser ele.
Sucesso é quando você faz o que sempre fez só que todo mundo percebe.
Vaidade é um espelho onisciente, onipotente e onipresente.
Vergonha é um pano preto que você quer pra se cobrir naquela hora.
Orgulho é uma guarita entre você e o da frente.
Ansiedade é quando sempre faltam 5 minutos para o que quer que seja.
Indiferença é quando os minutos não se interessam por nada em especial.
Interesse é um ponto de exclamação ou de interrogação no final do sentimento.
Sentimento é a língua que o coração usa quando precisa mandar algum recado.
Raiva é quando o cachorro que mora em você mostra os dentes.
Tristeza é uma mão gigante que aperta seu coração.
Alegria é um bloco de Carnaval que não liga se não é Fevereiro...
Felicidade é um agora que não tem pressa nenhuma.
Amizade é quando você não faz questão de você e se empresta pros outros.
Decepção é quando você risca em algo ou em alguém um xis preto ou vermelho.
Desilusão é quando anoitece em você contra a vontade do dia.
Culpa é quando você cisma que podia ter feito diferente, mas, geralmente, não podia.
Perdão é quando o Natal acontece em outra época do ano.
Desculpa é uma frase que pretende ser um beijo.
Excitação é quando os beijos estão desatinados pra sair de sua boca depressa.
Desatino é um desataque de prudência.
Prudência é um buraco de fechadura na porta do tempo.
Lucidez é um acesso de loucura ao contrário.
Razão é quando o cuidado aproveita que a emoção está dormindo e assume o mandato.
Emoção é um tango que ainda não foi feito.
Ainda é quando a vontade está no meio do caminho.
Vontade é um desejo que cisma que você é a casa dele.
Desejo é uma boca com sede.
Paixão é quando apesar da palavra "perigo" o desejo chega e entra.
Amor é quando a paixão não tem outro compromisso marcado. Não.
Amor é um exagero... também não. É um desaforo... Uma batelada?
Um exame, um dilúvio, um mundaréu, uma insanidade, um destempero,
um despropósito, um descontrole, uma necessidade, um desapego?
Talvez porque não tivesse sentido, talvez porque não houvesse explicação,
esse negócio de amor não sei explicar..."

14.4.11

Filhos: investimento altamente lucrativo

O equilíbrio entre realizações pessoais e profissionais é, atualmente, um objetivo constante do ser humano. Isso envolve inúmeros conflitos internos, entre os quais, o investimento no bem estar ou em especializações, a dedicação ao lar ou ao trabalho, e até mesmo grandes questionamentos, como a decisão de constituir ou não uma família. Será que gastos e preocupações compensam o amor e a admiração obtida?

Uma pesquisa realizada pelo Centro de Estudos de Finanças Pessoais e Negócios (Cefipe) revela que o preço para se criar um filho, até os 22 anos, está em torno de R$ 243 mil, na média. Com esse valor, você poderia comprar uma boa casa, o carro dos sonhos, um iate ou artigos de luxo, dentre outras coisas, mas se escolher sair do mundo da utilidade para o mundo do significado e garantir a continuidade do seu DNA, o que não significa que se arrependerá ou terá que abrir mão dos seus sonhos, você terá a oportunidade de vivenciar a experiência única do amor pleno. A partir do momento que você vê um filho como uma oportunidade de crescimento recíproco e amor incondicional, o peso da palavra obrigação se dispersa, e sua qualidade de vida progride, culminando em segurança e prosperidade.

Já diz o bordão que há coisas que o dinheiro não compra e, com certeza, a maternidade e a paternidade não são substituídas por preço algum. Porque a benção de ter um filho não tem preço, tem valor, e como tudo que tem valor fica impossível mensurar. Diga-me você qual é o valor do barro, tinta, sorvete e desenhos? Podem constituir um dia de incontáveis risadas, talvez você não consiga tantas naquele festival internacional de ingressos caros. Ser o herói para alguém – o qual você considera a pessoa mais importante da sua vida – é mais do que uma realização plena, é ser amado pelo simples fato de existir.

Quando você sai dos bastidores das preocupações financeiras e vira o protagonista da vida de um ser humano, sua sensibilidade para com o mundo aflora. O otimismo se faz presente, bem como a alegria e a responsabilidade social. Mas isso se aplica aos que vivem a plenitude das funções sem culpa. Portanto, comemore, vibre com intensidade em simples conquistas e intensifique os momentos que te fazem feliz. Inclusive, muitos devem ser gerados por aquele que você decidiu investir os 243 mil reais!

Identificar suas atitudes, e como você está lidando com suas aspirações, pode ser o primeiro passo para ser feliz, ter sucesso e ter um filho. É claro que dificuldades financeiras, preocupações e incertezas são evidentes, porém, não pense tanto nos gastos e frustrações, mas naquilo que é insubstituível que pode ser proporcionado, afinal, há tantas coisas com as quais você gasta e não te dão retorno algum! Limite os custos, mas não o amor, pois ter um filho é investimento com retorno garantido e permanente.

Talvez esse amor seja assim tão sublime porque é, no fundo, um amor a si mesmo. Amamos em nossos filhos a centelha de nós ali depositada. Eles são nossa continuidade. Talvez seja essa a fonte desse amor que nutrimos por eles. Não é à toa que esse é o único amor incondicional. Afinal é pelo amor materno e paterno que nos tornamos eternos!


*Anderson Cavalcante É administrador de empresas com ênfase em Marketing e MBC pela University of Florida. É autor dos best-sellers “O que realmente importa?”; “As coisas boas da vida”, entre outras obras produzidas pela Editora Gente.
Para mais informações, acesse www.andersoncavalcante.com.br

11.4.11

Com amor...


"O lobo habitará com o cordeiro, e o leopardo se deitará junto ao cabrito; o bezerro, o leão novo e o animal cevado andarão juntos, e um pequenino os guiará."
Eis aí a infinita capacidade do AMOR! Com a esperança do mundo melhor que vai chegar...

4.4.11

Paz Interior!

"O caminho para encontrar a paz interior é terminar todas as coisas que você começou".

Então, neste último sábado, olhei ao meu redor para ver todas as coisas que eu tinha começado e não havia acabado.
Em seguida, eu terminei... com duas caixas de Skol, o final de uma garrafa de Black Label, uma garrafa aberta de Smirnoff, e uns ¾ de um garrafão de 5 litros de uma cachacinha de alambique mineira.
Tudo isso acompanhado de algumas azeitonas chilenas, salaminho e gorgonzola.

Você não tem idéia da paz interior que me deu... até flutuava....

"QUE A PAZ ESTEJA COM VOCÊ TAMBÉM"