Acabei de assistir o filme "Cartas para Julieta". Uma gracinha, nada profundo, diversão pura e simples. Bem do jeito que eu gosto. Cenários deslumbrantes, atriz lindinha, final previsível. Daqueles que a gente nem precisa pensar, só assistir e sentir.
Pra quem ainda não viu, é um reencontro entre duas pessoas que se amaram no passado, e que acontece 50 anos depois. Detalhes, não vou contar. A parte importante é de novo o tema que tanto me atormenta e me incomoda (e que me faz passar longe de outros filmes como o tão falado Toy Story 3, que minha filha insiste em assistir quase que diariamente), a insuportável e implacável passagem do tempo.Que a vida passa e os dias correm, é inevitável. Que não voltaremos jamais atrás, também. Que os dias perdidos só ficarão na lembrança, não há como questionar. Que envelhecemos, lógico que sim! Que as crianças crescem e um dia nos deixarão, como discutir? Que a palavra falada e que as ações tomadas não têm como ser reparadas, também. E por que isso me incomoda tanto?... só terapia para me ajudar a resolver, já que tudo isso piora cada vez mais e tende a ficar mais grave dentro da minha alma conforme vejo os dias irem passando no calendário!
O fato é que faz parte do meu cotidiano uma das cenas do filme, onde a personagem que reencontra o amado, e que repito constantemente, uma frase que me fez gargalhar ao ouvi-la perguntar: "E se"?
É essa a chave das decisões e dos encaminhamentos que damos no rumo das nossas vidas. E dos questionamentos que vêm depois... E se eu tivesse feito de outro jeito, o que teria acontecido? E se eu tivesse escolhido o caminho rosa ao invés do azul? E se eu não tivesse desmanchado as malas naquela ocasião? E se eu tivesse ficado ao invés de ter partido? E se eu não tivesse falado aquelas palavras naquele momento? E se eu tivesse dito o que estava sentindo para aquela pessoa especial? E se eu tivesse feito outra escolha?...
Com certeza não estaria aqui nem agora escrevendo nem divagando sobre isso. Nem teria acabado de assistir esse filminho leve e gostoso numa sexta-feira à noite, sozinha com meus pensamentos...
Mas isso rende muita conversa. Por enquanto só comento o filme e deixo as questões mais profundas para resolver depois. Quem sabe um dia elas se tornem mais leves, mais fáceis, talvez até mais rasas na minha alma... Talvez até nem tenham mais importância...
Só sei que o tempo ainda não é meu amigo... a convivência com ele me incomoda, e muito! E persiste a certeza de que ainda não consigo e nem quero me relacionar em paz com ele...
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