15.4.10

“Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor"



Recebi este texto por e-mail, bem agora que acabei de chegar em casa após reencontrar amigas mais do que especiais que não via já há algum tempo... mas mesmo distantes nunca saíram do lindo lugar que ocupam no meu modesto e seletivo coração.

Com as cores e imagens da amizade reavivadas pelo reencontro, tenho por elas uma gratidão imensa por terem estado ao meu lado em alguns dos melhores e dos piores momentos da minha trajetória, dividindo comigo os risos e secando comigo as lágrimas... Por serem inesquecíveis mesmo que o tempo tente provar o contrário... Por continuarem lindas, por continuarem vivas, por continuarem comigo...

Meninas, amo vocês!


Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor (Adélia Prado)

Uma personagem põe-se a lembrar da mãe, que era danada de braba, mas esmerava-se na hora de fazer dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para que ela fosse bonita pra escola.
Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor.

É comovente porque é algo que a gente esquece: milhões de pequenos gestos são maneiras de amar. Beijos e abraços são provas mais eloqüentes, exigem retribuição física, são facilidades do corpo. Porém, há outras demonstrações mais sutis: mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como aquela mãe e aquela filha, tal como namorados fazem, tal como tanta gente faz: cafunés. Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há de amar.

Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores feitas de papel, desenhadas, entregues em datas nada especiais: "lembrei de você". É este o único e melhor motivo para azaléias, margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há de amar.

Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o que se tem, cuidados para não magoar, dizer a verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com carinho, se for para evitar feridas e dores desnecessárias.
Quanto jeito que há de amar.

Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos, ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os parentes, ouvir...
Quanto jeito que há de amar.

Rezar por alguém, vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir, visitar doentes, velar, sugerir cidades, filmes, cds, brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há.

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