Onde achar maneiras de dizer
o não libertado até agora
teimar em encontrar o vão do tempo
pra não escapar entre os dedos
sem que eu ao menos perceba
sem que eu ao menos prepare
sem que eu encontre o momento
Como perceber a densidade certa
a maneira exata
a composição correta
a abertura concreta
a previsão do possível
Quanto tempo ainda demora
pra existir o impossível
pra mudar o rumo
acertar o prumo
perder o medo
apontar o dedo
Nào sei... não sei...
12.12.09
11.12.09
Definições...
Engenheira agrônoma, empresária. Terapeuta Floral por vocação, fotógrafa e estudiosa da astrologia por paixão, leitora voraz por opção... Amante, amor e mãe... distraída, esquecida, atrapalhada, desastrada, sincera, falo tudo o que penso... às vezes sou alegria, às vezes sou ausência... a maior parte do tempo, bem humorada e de bem com a vida, que me presenteia diariamente com um universo de coisas lindas, pessoas e momentos deliciosos... amo animais, poesia e pôr-do-sol... às vezes preciso muito de solidão... adoro música e canto sozinha... nunca me esquecerei nem deixarei de amar em silêncio aqueles que um dia amei em voz alta... acredito em encontros, desencontros e reencontros, mesmo aqueles que demoram mais de uma vida para acontecer... e aprendo a cada dia a minha melhor maneira de viver este tempo que me foi dado, e que é curto demais para ser suficiente...
10.12.09
Cuidado
Pensamentos
tomam forma
aos poucos
e vagam pelo ar
Vão chegando
se instalando
ficando
nas entranhas entrando
Cuidado, muito cuidado
com as palavras
que eles libertam
de repente
Podem ser traiçoeiras
invadir espaços
ultrapassar fronteiras
proibidas
intransponíveis
intermináveis
atemporais
Melhor calar a boca
Travar a voz
Manter o estado
Temer o falado
Que não volta atrás
Cuidado, muito cuidado
Pode não dar mais tempo
Se a voz sair
3.11.09
Sempre desprezei as coisas mornas, as coisas que não provocam ódio nem paixão, as coisas definidas como mais ou menos, um filme mais ou menos ,um livro mais ou menos.
Tudo perda de tempo.
Viver tem que ser perturbador, é preciso que nossos anjos e demônios sejam despertados, e com eles sua raiva, seu orgulho, seu asco, sua adoraçao ou seu desprezo.
O que não faz você mover um músculo, o que não faz você estremecer, suar, desatinar, não merece fazer parte da sua biografia.
(trecho de O Divã)
Martha Medeiros
21.10.09
Arcanjo Miguel...
Oração a São Miguel Arcanjo
Príncipe Guardião e Guerreiro
defendei-me e protegei-me com Vossa espada,
não permiti que nenhum mal me atinja.
Protegei-me contra assaltos, roubos, acidentes,
contra quaisquer ato de violência.
Livrai-me de pessoas negativas.
Espalhai vosso manto e vosso escudo de proteção
em meu lar, meus filhos e familiares.
Guardai meu trabalho, meus negócios e meus bens.
Trazei a paz e a harmonia.
Que assim seja.
3.10.09
Breu
Vander Lee
Ando procurando pelo seu olhar
Clareou o dia você desapareceu
Na estrada, no vento ou qualquer outra rota estelar
Na ilha deserta ou no inverno do norte europeu
Mergulhando ruas, beijos ao luar
Velejando bocas, loucas pra beijar
Mar e o oceano, e a onda que veio e bateu
Lembra a distância entre o seu mundo e o meu
O aluguel venceu
Meu time jogou
Tudo aqui é seu
E você não ligou
De manhã choveu
O carro enguiçou
O sinal fechou
O amor não percebeu
Passo todo dia e noites a vagar
Solto no descaso, preso em seu mirar
Na dança do tempo só você, meu bem, é que não viu
Durmo sabendo que você não vai voltar
O aluguel venceu
Meu time jogou
Tudo aqui é breu
E você não ligou
De manhã choveu
O carro enguiçou
O sinal fechou
O amor não percebeu
Vander Lee
Ando procurando pelo seu olhar
Clareou o dia você desapareceu
Na estrada, no vento ou qualquer outra rota estelar
Na ilha deserta ou no inverno do norte europeu
Mergulhando ruas, beijos ao luar
Velejando bocas, loucas pra beijar
Mar e o oceano, e a onda que veio e bateu
Lembra a distância entre o seu mundo e o meu
O aluguel venceu
Meu time jogou
Tudo aqui é seu
E você não ligou
De manhã choveu
O carro enguiçou
O sinal fechou
O amor não percebeu
Passo todo dia e noites a vagar
Solto no descaso, preso em seu mirar
Na dança do tempo só você, meu bem, é que não viu
Durmo sabendo que você não vai voltar
O aluguel venceu
Meu time jogou
Tudo aqui é breu
E você não ligou
De manhã choveu
O carro enguiçou
O sinal fechou
O amor não percebeu
28.9.09
COISAS DA TERRA
Todas as coisas de que falo estão na cidade
entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis
e eternas como o teu riso
a palavra solidária
minha mão aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo
que volta
e acende sua flama inesperada
no coração de maio.
Todas as coisas de que falo são de carne
como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas,
cotidianas, como bocas
e mãos, sonhos, greves,
denúncias,
acidentes do trabalho e do amor. Coisas, de que falam os jornais
às vezes tão rudes
às vezes tão escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.
Mas é nelas que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda em estado de soluços e esperança.
Ferreira Gullar
entre o céu e a terra.
São todas elas coisas perecíveis
e eternas como o teu riso
a palavra solidária
minha mão aberta
ou este esquecido cheiro de cabelo
que volta
e acende sua flama inesperada
no coração de maio.
Todas as coisas de que falo são de carne
como o verão e o salário.
Mortalmente inseridas no tempo,
estão dispersas como o ar
no mercado, nas oficinas,
nas ruas, nos hotéis de viagem.
São coisas, todas elas,
cotidianas, como bocas
e mãos, sonhos, greves,
denúncias,
acidentes do trabalho e do amor. Coisas, de que falam os jornais
às vezes tão rudes
às vezes tão escuras
que mesmo a poesia as ilumina com dificuldade.
Mas é nelas que te vejo pulsando,
mundo novo,
ainda em estado de soluços e esperança.
Ferreira Gullar
23.9.09
15.9.09
Eu nunca fui uma moça bem-comportada,
Pudera, nunca tive vocação pra alegria tímida, pra paixão sem orgasmos múltiplos ou pro amor mal-resolvido sem soluços...
Eu quero da vida o que ela tem de cru e de belo e não estou aqui pra que vocês gostem de mim, mas pra aprender a gostar de cada detalhe que tenho e seduzir somente o que me acrescenta.....
Tenho uma relação de amor com a poesia e gosto de descascá-la até a fratura exposta da palavra. A palavra é meu inferno e minha paz.
Sou dramática, intensa, transitória e tenho uma alegria em mim que quase me deixa exausta.
Eu sei sorrir com os olhos e gargalhar com o corpo todo.
Eu sei chorar toda encolhida abraçando as pernas. ...
Por isso, não me venha com meios-termos, com mais ou menos ou qualquer coisa.Venha a mim com corpo, alma, vísceras, tripas e falta de ar....
Eu acredito é em suspiros, mãos massageando o peito ofegante de saudades intermináveis, em alegrias explosivas, em olhares faiscantes, em sorrisos com os olhos, em abraços que trazem pra vida da gente.
Acredito em coisas sinceramente compartilhadas.
Em gente que fala tocando no outro de alguma forma, no toque mesmo, na voz ou no conteúdo.
Eu acredito em profundidades...
E tenho medo de altura, mas não evito meus abismos: são eles que me dão a dimensão do que sou!
Texto - Maria de Queiroz
14.9.09
Um aniversário inesquecível!
Sábado, dia 12, foi aniversário da Gi, meu maior tesouro, presente que alegra minha vida todos os dias!
Como se não bastassem as duas festas que ela já teve (uma no dia 30, para a família e amigos próximos e outra no dia 11, para os amigos da escola), ontem acordamos na maior animação, eu e o pai dela, e resolvemos dá-la de presente um dia de diversão no Wet'n Wild!
Sol e calor nos acompanharam até lá. Pouca roupa, quase nenhum objeto de uso além do extremamente necessário para passar um dia inteiro dentro da água, numa bolsinha pequena o suficiente para me ajudar a treinar minha percepção do que realmente precisamos para viver (exercício árduo, mas que tenho feito com fervor e do qual não pretendo desistir tão já...)
Pirei!!
Fui em todos os brinquedos (todos mesmo, sem exceção). Até naqueles em que a gente desce com bóia e vai virando sem parar que nem um cocô caindo dentro da água... quando entrei no parque, jurei que não iria, mas daí foi dando aquela vontade, aquela vontade, aquela vontade......................... e como boa ariana que sou, acabei experimentando tooooodos eles (uns com mais medo, outros nem tanto... rs). Como tudo na vida, a primeira vez é sempre a mais difícil, depois a gente pega gosto pelo negócio e aí é só alegria!!
O presente dela (de ontem... rs) foi esse! O meu, foi ver aquela carinha linda sorrindo de emoção a cada descida, gritando de alegria nos brinquedos, ensandecida e querendo mais! Essa lembrança, não tem nada no mundo que pague... No final do dia, exaustos e felizes, fomos comer um lanche enorme do Burger King e terminamos com bolo e brigadeiro na casa do melhor amigo!!
Inesquecível................
Quem dera todas as pessoas do mundo tivessem a sorte de ter um serzinho desses, tão especial, ao lado durante a caminhada nesta vida! Amiga, companheira, alma gêmea... Obrigada, Deus, pelo melhor presente que eu poderia ter recebido, por ter me confiado o privilégio de colocá-la no mundo e colaborar humildemente na criação desse ser humano tão especial que ela é!
Gi, amo você!!
8.9.09
29.8.09
Delicadeza...
"...Depois de te perder
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu..."
Te encontro, com certeza
Talvez num tempo da delicadeza
Onde não diremos nada
Nada aconteceu
Apenas seguirei, como encantado
Ao lado teu..."
27.8.09
Amanhã tiro o gesso do pé!! Aleluia, alegria imensa!!
Voltarei a ver essa parte tão importante do meu corpo, com mais amor e cuidado... coitados dos meus tornozelos, tão judiados pelos excessos ao longo da vida! Ballet por anos a fio, saltos altíssimos, tombos homéeericos... e outras coisinhas mais...
Ainda tenho muitos caminhos a percorrer neste mundo, e pretendo tê-los inteiros e saudáveis!
Vamos em frente!!! O corpo se encarregou de me "interditar" para reflexão. Se saio desse descanso forçado renovada e mais fortalecida, não sei... Só sei que tou doidinha pra colocar o pé na estrada, literalmente!!!!
Free...
22.8.09
17.8.09
Inteira Pra Mim
Até aqui metade eu sei que vivi
Metade da minha sorte, metade da minha morte
Metade dos meus sorrisos, metade do que não presta
Pra conseguir mais um tanto, metade de todo pranto
Já escorreu por aí
Já inundou muito sertão, e metade da minha seca
Já rachou, e já partiu meu coração
Metade ainda não, falta metade de esperança
Metade de alegria, metade ainda criança
Metade eu nem diria, não interessa onde é o fim
Mas que a metade que falta seja inteira pra mim
(Zélia Duncan / Lucina)
12.8.09
9.8.09
Silêncio no Afeto
Você que amei mas não amo
Saiba que a vida é assim
Já te chamei, e hoje chamo
Tudo o que passa por mim
De louco passado ou engano
Seja o que for é normal
Tá tudo certo, silêncio no afeto
O poeta canta o final
Você que foi minha amiga
E hoje nem lembra de mim
Nosso segredo não diga
São o que sobra no fim
Não sobra o que foi ciúme
Não sobra o que foi paixão
Tá tudo certo, silêncio no afeto
São pausas da nossa canção
Entrega pra outra pessoa
O amor que eu lhe dei (ele é seu)
Entrega que a vida ainda é boa
E nada que passa morreu
Desenha em alguém a pessoa
Que eu desenhei em você
Desenha e não jura
Paixão nunca dura
Valeu amiga, a gente se vê
(Oswaldo Montenegro)
8.8.09
Há quem diga
que todas as noites são de sonhos.
Mas há também quem diga nem todas
Só as de verão.
Mas no fundo
isso não tem muita importância.
O que interessa mesmo
não são as noites em si
São os sonhos.
Sonhos que o homem sonha sempre.
Em todos os lugares
Em todas as épocas do ano
dormindo ou acordado.
(Willian Shakespeare)
6.8.09
4.8.09
Ausência
Eu deixarei que morra em mim o desejo de amar os teus olhos que são doces
Porque nada te poderei dar senão a mágoa de me veres eternamente exausto.
No entanto a tua presença é qualquer coisa como a luz e a vida
E eu sinto que em meu gesto existe o teu gesto e em minha voz a tua voz.
Não te quero ter porque em meu ser tudo estaria terminado.
Quero só que surjas em mim como a fé nos desesperados
Para que eu possa levar uma gota de orvalho nesta terra amaldiçoada
Que ficou sobre a minha carne como nódoa do passado.
Eu deixarei... tu irás e encostarás a tua face em outra face.
Teus dedos enlaçarão outros dedos e tu desabrocharás para a madrugada.
Mas tu não saberás que quem te colheu fui eu, porque eu fui o grande íntimo da noite.
Porque eu encostei minha face na face da noite e ouvi a tua fala amorosa.
Porque meus dedos enlaçaram os dedos da névoa suspensos no espaço.
E eu trouxe até mim a misteriosa essência do teu abandono desordenado.
Eu ficarei só como os veleiros nos pontos silenciosos.
Mas eu te possuirei como ninguém porque poderei partir.
E todas as lamentações do mar, do vento, do céu, das aves, das estrelas.
Serão a tua voz presente, a tua voz ausente, a tua voz serenizada.
Vinícius de Moraes
24.7.09
Não, não ofereço perigo algum: sou quieta como folha de outono esquecida entre as páginas de um livro, sou definida e clara como o jarro com a bacia de ágata no canto do quarto - se tomada com cuidado, verto água límpida sobre as mãos para que se possa refrescar o rosto mas, se tocada por dedos bruscos num segundo me estilhaço em cacos, me esfarelo em poeira dourada.
Caio Fernando Abreu
20.7.09
DIA DO AMIGOOOOOOOOOOOOO......
OBRIGADA A TODOS QUE, DE ALGUMA MANEIRA, ME PRESENTEARAM COM A SUA AMIZADE... PERTO OU LONGE, PRESENTE OU AUSENTE... AMO VCS!!
Poema do amigo aprendiz
Quero ser o teu amigo. Nem demais e nem de menos.
Nem tão longe e nem tão perto.
Na medida mais precisa que eu puder.
Mas amar-te sem medida e ficar na tua vida,
Da maneira mais discreta que eu souber.
Sem tirar-te a liberdade, sem jamais te sufocar.
Sem forçar tua vontade.
Sem falar, quando for hora de calar.
E sem calar, quando for hora de falar.
Nem ausente, nem presente por demais.
Simplesmente, calmamente, ser-te paz.
É bonito ser amigo, mas confesso é tão difícil aprender!
E por isso eu te suplico paciência.
Vou encher este teu rosto de lembranças,
Dá-me tempo, de acertar nossas distâncias...
Fernando Pessoa
17.7.09
5.7.09
tô fora....
Pessoal,
Atendendo a um convite de uma pessoa muito querida, além dos insistentes apelos da minha filha, junto com a turbulência das últimas semanas em todos os aspectos da minha vida, estou saindo de circulação por alguns dias!
Vou viajar... pra um lugar deserto... levando a mim e alguns livros que estou me cobrando há tempos por ainda não ter lido... volto dia 13, se td der certo... a menos que eu resolva aproveitar as malas feitas e esticar em outro lugar por mais alguns dias! Período indeterminado...
Sintam saudades de mim!! Aviso quando voltar...
beijos a todos...
29.6.09
Tudo mudou...
E tudo mudou...
O rouge virou blush
O pó-de-arroz virou pó-compacto
O brilho virou gloss
O rímel virou máscara incolor
A Lycra virou stretchAnabela virou plataforma
O corpete virou porta-seios, que virou sutiã
Que virou lib, Que virou silicone
A peruca virou aplique, interlace, megahair, alongamento
A escova virou chapinha
Problemas de moça" viraram TPM
Confete virou MM
A crise de nervos virou estresse
A chita virou viscose.
A purpurina virou gliter
A brilhantina virou mouse
Os halteres viraram bomba
A ergométrica virou spinning
A tanga virou fio dental
E o fio dental virou anti-séptico bucal
Ninguém mais vê....
Ping-Pong virou Babaloo
O a-la-carte virou self-service
A tristeza, depressão
O espaguete virou Miojo pronto
A paquera virou pegação
A gafieira virou dança de salão
O que era praça virou shopping
A areia virou ringue
A caneta virou teclado
O long play virou CD
A fita de vídeo é DVD
O CD já é MP3
É um filho onde éramos seis
O álbum de fotos agora é mostrado por email
O namoro agora é virtual
A cantada virou torpedo
E do "não" não se tem medo
O break virou street
O samba, pagode
O carnaval de rua virou Sapucaí
O folclore brasileiro, halloween
O piano agora é teclado, também
O forró de sanfona ficou eletrônico
Fortificante não é mais Biotônico
Bicicleta virou Bis
Polícia e ladrão virou counter strike
Folhetins são novelas de TV
Fauna e flora a desaparecer
Lobato virou Paulo Coelho
Caetano virou um chato
Chico sumiu da FM e TV
Baby se converteu
RPM desapareceu
Elis ressuscitou em Maria Rita ?
Gal virou fênix
Raul e Renato,
Cássia e Cazuza,
Lennon e Elvis,
Todos anjos
Agora só tocam lira...
A AIDS virou gripe
A bala antes encontrada agora é perdida
A violência está coisa maldita!
A maconha é calmante
O professor é agora o facilitador
As lições já não importam mais
A guerra superou a paz
O respeito pelo semelhante virou individualismo...
E a sociedade ficou incapaz...
... De tudo.
Inclusive de notar essas diferenças.
( Luiz Fernando Veríssimo)
13.6.09
12.6.09
3.6.09
28.5.09
Ai, ai, ai...
Dias sem colocar nada aqui... nem sentimentos de tristeza, nem de alegria, aliás, excesso de coisas práticas e urgentes demais que acabam por me tomar muito tempo e muitas das quais eu detesto!! Hj, por exemplo, passei o dia (todo!) na Receita Federal... que porre...
Ainda bem que cada um tem seu lugar no mundo... o meu com certeza não é lá!
Frase do dia:
"Não existe nada tão mau, selvagem e cruel, na natureza, quanto os homens normais". (Hermann Hesse)
Dias sem colocar nada aqui... nem sentimentos de tristeza, nem de alegria, aliás, excesso de coisas práticas e urgentes demais que acabam por me tomar muito tempo e muitas das quais eu detesto!! Hj, por exemplo, passei o dia (todo!) na Receita Federal... que porre...
Ainda bem que cada um tem seu lugar no mundo... o meu com certeza não é lá!
Frase do dia:
"Não existe nada tão mau, selvagem e cruel, na natureza, quanto os homens normais". (Hermann Hesse)
20.5.09
17.5.09
15.5.09
11.5.09
Hoje fui almoçar com a minha mãe (Dia das Mães... básico....). Entrando no condomínio, o comentário da Gi: "Mãe, vc sabe porque tem um monte de aptos que têm telas nas janelas e na varanda?"...
Respondi: "Por quê, filha?..."
E ela: "Os aptos que têm tela são todos onde moram crianças... pra não cair da janela... lembra que a vovó mandou colocar logo que eu nasci? É segurança..."
Então fiquei pensando que eu cresci num apartamento, no centro da cidade, num sexto andar... em um dos quartos tinha uma cama bem embaixo da janela, onde eu adorava subir pra ficar vendo o movimento da rua... ficava lá só olhando... quando haviam chuvas fortes e temporais, ficava lá fascinada pelo céu e pelos raios que caíam (comportamento meio estranho que mantenho até hoje, esse de ser enlouquecida por raios, pelo barulho dos trovões e pelo céu assustador das tempestades)... atrás da cortina, muitas vezes me escondi da minha mãe... era lá, na beira daquela janela sem nenhuma rede de proteção, que eu escondia uma parte do meu mundo encantado...
As telas não existiam e não sei de ninguém qe tenha caído de uma janela de prédio naquela época... minha sogra criou 6 filhos num apartamento também sem redes de proteção, e nenhum deles caiu nem se jogou da janela...
Por que será que nossos filhos precisam de tantas coisas, que para nós nem existiram???.....
Isso sem nem tocar no assunto do cinto de segurança..........................
6.5.09
Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz.
5.5.09
Me desculpe o mesmo gesto
Meu constante gesto insano
Que por mais que a mente negue
Teu coração ele marcou
Como a lógica dos fatos
Que eu traí a todo instante
Rasurando nosso branco
Com a mistura que eu sou
Me desculpe o gesto louco
A aspereza da loucura
'Inda queima no meu calmo
Doido e calmo coração
Mas por que, se a gente é tanto
Nosso amor sofreu rasura?
Nosso inconfundível gesto
eu desfiz na minha mão
Me desculpe, ou melhor, não
Me abrace e comemore
Que a rasura que foi feita
Foi perfeita na sua hora
E mais que o mais perfeito
Rasurar valeu a pena
Como esteve rasurado
O primeiro original
Do mais lindo poema
(Rasura - O. Montenegro)
2.5.09
conto de fadas...
Era uma vez, numa terra muito distante, uma linda
princesa,independente e cheia de auto-estima que, enquanto contemplava a
natureza e pensava em como o maravilhoso lago do seu castelo estava de
acordo com as conformidades ecológicas, se deparou com uma rã. Então, a rã
pulou para o seu colo e disse:
- Linda princesa, eu já fui um príncipe muito bonito. Uma bruxa má
lançou-me um encanto e eu transformei-me nesta rã asquerosa. Um beijo
teu, no entanto, há de me transformar de novo num belo príncipe e
poderemos casar e constituir lar feliz no teu lindo castelo. A minha mãe
poderia vir morar conosco e tu poderias preparar o meu jantar, lavarias
as minhas roupas, criarias os nossos filhos e viveríamos felizes para
sempre...
Naquela noite, enquanto saboreava pernas de rã à sautée, acompanhadas
de um cremoso molho acebolado e de um finíssimo vinho branco, a
princesa sorria e pensava:
- Nem F... !
(Luís Fernando Veríssimo).
1.5.09
A MASSACRANTE FELICIDADE DOS OUTROS
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco.
Há no ar um certo queixume sem razões muito claras. Converso com mulheres que estão entre os 40 e 50 anos, todas com profissão, marido, filhos, saúde, e ainda assim elas trazem dentro delas um não-sei-o-quê perturbador, algo que as incomoda, mesmo estando tudo bem. De onde vem isso?
Anos atrás, a cantora Marina Lima compôs com o seu irmão, o poeta Antonio Cícero, uma música que dizia: "Eu espero/ acontecimentos/ só que quando anoitece/ é festa no outro apartamento". Passei minha adolescência com esta sensação: a de que algo muito animado estava acontecendo em algum lugar para o qual eu não tinha convite. É uma das características da juventude: considerar-se deslocado e impedido de ser feliz como os outros são - ou aparentam ser. Só que chega uma hora em que é preciso deixar de ficar tão ligada na grama do vizinho.
As festas em outros apartamentos são fruto da nossa imaginação, que é infectada por falsos holofotes, falsos sorrisos e falsas notícias. Os notáveis alardeiam muito suas vitórias, mas falam pouco das suas angústias, revelam pouco suas aflições, não dão bandeira das suas fraquezas, então fica parecendo que todos estão comemorando grandes paixões e fortunas, quando na verdade a festa lá fora não está tão animada assim.
Ao amadurecer, descobrimos que a grama do vizinho não é mais verde coisíssima nenhuma. Estamos todos no mesmo barco, com motivos pra dançar pela sala e também motivos pra se refugiar no escuro, alternadamente. Só que os motivos pra se refugiar no escuro raramente são divulgados. Pra consumo externo, todos são belos, sexys, lúcidos, íntegros, ricos, sedutores. "Nunca conheci quem tivesse levado porrada/ todos os meus conhecidos têm sido campeões em tudo". Fernando Pessoa também já se sentiu abafado pela perfeição alheia, e olha que na época em que ele escreveu estes versos não havia esta overdose de revistas que há hoje, vendendo um mundo de faz-de-conta.
Nesta era de exaltação de celebridades - reais e inventadas - fica difícil mesmo achar que a vida da gente tem graça. Mas tem. Paz interior, amigos leais, nossas músicas, livros, fantasias, desilusões e recomeços, tudo isso vale ser incluído na nossa biografia. Ou será que é tão divertido passar dois dias na Ilha de Caras fotografando junto a todos os produtos dos patrocinadores? Compensa passar a vida comendo alface para ter o corpo que a profissão de modelo exige? Será tão gratificante ter um paparazzo na sua cola cada vez que você sai de casa? Estarão mesmo todos realizando um milhão de coisas interessantes enquanto só você está sentada no sofá pintando as unhas do pé?
Favor não confundir uma vida sensacional com uma vida sensacionalista. As melhores festas acontecem dentro do nosso próprio apartamento.
Martha Medeiros
ANTES QUE ELES CRESÇAM
Há um período em que os pais vão ficando órfãos de seus próprios filhos.
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
(Affonso Romano de Sant'Anna)
É que as crianças crescem independentes de nós, como árvores tagarelas e pássaros estabanados.
Crescem sem pedir licença à vida.
Crescem com uma estridência alegre e, às vezes com alardeada arrogância.
Mas não crescem todos os dias, de igual maneira, crescem de repente.
Um dia sentam-se perto de você no terraço e dizem uma frase com tal maneira que você sente que não pode mais trocar as fraldas daquela criatura.
Onde é que andou crescendo aquela danadinha que você não percebeu?
Cadê a pazinha de brincar na areia, as festinhas de aniversário com palhaços e o primeiro uniforme do maternal?
A criança está crescendo num ritual de obediência orgânica e desobediência civil. E você está agora ali, na porta da discoteca, esperando que ela não apenas cresça, mas apareça...
Ali estão muitos pais ao volante, esperando que eles saiam esfuziantes e cabelos longos, soltos.
Entre hambúrgueres e refrigerantes nas esquinas, lá estão nossos filhos com uniforme de sua geração.
Esses são os filhos que conseguimos gerar e amar, apesar dos golpes dos ventos, das colheitas, das notícias, e da ditadura das horas.
E eles crescem meio amestrados, observando e aprendendo com nossos acertos e erros.
Principalmente com os erros que esperamos que não se repitam.
Há um período em que os pais vão ficando um pouco órfãos dos filhos.
Não mais os pegaremos nas portas das discotecas e das festas.
Passou o tempo do ballet, do inglês, da natação e do judô.
Saíram do banco de trás e passaram para o volante de suas próprias vidas. Deveríamos ter ido mais à cama deles ao anoitecer para ouvirmos sua alma respirando conversas e confidências entre os lençóis da infância, e os adolescentes cobertores daquele quarto cheio de adesivos, posters, agendas coloridas e discos ensurdecedores.
Não os levamos suficientemente ao Playcenter, ao shopping, não lhes demos suficientes hamburgueres e refrigerantes, não lhes compramos todos os sorvetes e roupas que gostaríamos de ter comprado.
Eles cresceram sem que esgotássemos neles todo o nosso afeto.
No princípio iam à casa de praia entre embrulhos, bolachas, engarrafamentos, natais, páscoas, piscinas e amiguinhos.
Sim havia as brigas dentro do carro, a disputa pela janela, os pedidos de chicletes e cantorias sem fim.
Depois chegou o tempo em que viajar com os pais começou a ser um esforço, um sofrimento, pois era impossível deixar a turma e os primeiros namorados.
Os pais ficaram exilados dos filhos. Tinham a solidão que sempre desejaram, mas, de repente, morriam de saudades daquelas "pestes".
Chega o momento em que só nos resta ficar de longe torcendo e rezando muito para que eles acertem nas escolhas em busca da felicidade.
E que a conquistem do modo mais completo possível.
O jeito é esperar: qualquer hora podem nos dar netos.
O neto é a hora do carinho ocioso e estocado, não exercido nos próprios filhos e que não pode morrer conosco.
Por isso os avós são tão desmesurados e distribuem tão incontrolável carinho.
Os netos são a última oportunidade de reeditar o nosso afeto.
Por isso é necessário fazer alguma coisa a mais, antes que eles cresçam.
(Affonso Romano de Sant'Anna)
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