30.4.10

Coisas mais do que belas...


Foto: Lagoa de Guaraíras - Tibau do Sul/RN, by Renata Hetem

Existem visões que não podem ser ignoradas... Vi esta linda foto no Facebook da queridíssima Renata Hetem, que hoje mora longe daqui, mas está sempre por perto no coração e nas lembranças.
Não podia deixar passar... é lindo ou não é?
Todos deveríamos ter essa sensibilidade maravilhosa de captar a imagem exata, no momento exato e que valem mais do que um milhão de relatos...Por isso pratico, insisto e divulgo esse amor que tenho pela arte da fotografia. Só ela consegue deixar registradas todas as lindas imagens que nossa mente jamais daria conta de guardar para sempre...

22.4.10

Eu estou vestida com as roupas e as armas de Jorge

Amanhã é Dia de São Jorge e eu estou me vestindo “com as roupas e as armas de Jorge.”

SALVE JORGE!

Jorge sentou praça na cavalaria
E eu estou feliz porque eu tambem sou da sua companhia
Eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Para que meus inimigos tenham pés, e não me alcancem
Para que meus inimigos tenham mãos e não me toquem
Para que meus inimigos tenham olhos, e nao me vejam
E nem mesmo um pensamento eles possam ter para me fazerem mal
Armas de fogo, meu corpo nao alcançarão
Facas e espadas se quebrem, sem o meu corpo tocar
Cordas, correntes arrebentem, sem o meu corpo amarrar
Pois eu estou vestido com as roupas e as armas de Jorge
Jorge é de Capadócia,
Salve, Jorge! salve, Jorge!
Salve, Jorge! salve, Jorge!
Salve, Jorge! salve, Jorge!

Proteção a todos nós!

16.4.10


Bom dia, poetas velhos.
Me deixem na boca
o gosto de versos
mais fortes que não farei.

Dia vai vir que os saiba
tão bem que vos cite
como quem tê-los
um tanto feito também,
acredite.

Paulo Leminski

15.4.10

“Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor"



Recebi este texto por e-mail, bem agora que acabei de chegar em casa após reencontrar amigas mais do que especiais que não via já há algum tempo... mas mesmo distantes nunca saíram do lindo lugar que ocupam no meu modesto e seletivo coração.

Com as cores e imagens da amizade reavivadas pelo reencontro, tenho por elas uma gratidão imensa por terem estado ao meu lado em alguns dos melhores e dos piores momentos da minha trajetória, dividindo comigo os risos e secando comigo as lágrimas... Por serem inesquecíveis mesmo que o tempo tente provar o contrário... Por continuarem lindas, por continuarem vivas, por continuarem comigo...

Meninas, amo vocês!


Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor (Adélia Prado)

Uma personagem põe-se a lembrar da mãe, que era danada de braba, mas esmerava-se na hora de fazer dois molhos de cachinhos no cabelo da filha, para que ela fosse bonita pra escola.
Meu Deus, quanto jeito que tem de ter amor.

É comovente porque é algo que a gente esquece: milhões de pequenos gestos são maneiras de amar. Beijos e abraços são provas mais eloqüentes, exigem retribuição física, são facilidades do corpo. Porém, há outras demonstrações mais sutis: mexer no cabelo, pentear os cabelos, tal como aquela mãe e aquela filha, tal como namorados fazem, tal como tanta gente faz: cafunés. Amigas colorindo o cabelo da outra, cortando franjas, puxando rabos de cavalo, rindo soltas.
Quanto jeito que há de amar.

Flores colhidas na calçada, flores compradas, flores feitas de papel, desenhadas, entregues em datas nada especiais: "lembrei de você". É este o único e melhor motivo para azaléias, margaridas, violetinhas.
Quanto jeito que há de amar.

Um telefonema pra saber da saúde, uma oferta de carona, um elogio, um livro emprestado, uma carta respondida, uma mensagem pelo celular, repartir o que se tem, cuidados para não magoar, dizer a verdade quando ela é salutar, e mentir, sim, com carinho, se for para evitar feridas e dores desnecessárias.
Quanto jeito que há de amar.

Uma foto mantida ao alcance dos olhos, uma lembrança bem guardada, fazer o prato predileto de alguém e botar uma mesa bonita, levar o cachorro pra passear, chamar pra ver a lua, dar banho em quem não consegue fazê-lo só, ouvir os velhos, ouvir as crianças, ouvir os amigos, ouvir os parentes, ouvir...
Quanto jeito que há de amar.

Rezar por alguém, vestir roupa nova pra homenagear, trocar curativos, tirar pra dançar, não espalhar segredos, puxar o cobertor caído, cobrir, visitar doentes, velar, sugerir cidades, filmes, cds, brinquedos, brincar...
Quanto jeito que há.

14.4.10


Sigo a vida conforme o roteiro, sou quase normal por fora, pra ninguém desconfiar. Mas por dentro eu deliro e questiono. Não quero uma vida pequena, um amor pequeno, um alegria que caiba dentro da bolsa. Eu quero mais que isso. Quero o que não vejo. Quero o que não entendo. Quero muito e quero sem fim. Não cresci pra viver mais ou menos, nasci com dois pares de asas, vou aonde eu me levar. Por isso, não me venha com superfícies, nada raso me satisfaz. Eu quero é o mergulho. Entrar de roupa e tudo no infinito que é a vida. E rezar – se ainda acreditar – pra sair ainda bem melhor do outro lado de lá.
Fernanda Mello