14.1.10


Limpar a casa é limpar a alma? Ando tão "faxineira"... Ou será que a alma mais leve é que nos traz vontade de limpar tudo ao nosso redor?

Sei lá.

Só sei que hoje incorporei meu ascendente virginiano e limpei minuciosamente todos os cantos e frestas do escritório.

Não passou nenhum detalhe.

Ainda tenho que me livrar das muitas roupas guardadas no fundo dos meus armários. De quando eu vestia 4 manequins a mais e tinha fardos muito mais pesados sobre os meus ombros. Há fantasmas escondidos nelas que não quero mais relembrar. Esquecer um tempo de algumas dores e deliciosas promessas, que nunca mais vão voltar.

Estradas novas surgindo... recomeços... olhar para trás, por quê?

Me sinto feliz.

10.1.10


Final de semana acabando... este foi, mais do que dias de descanso, uma sucessão de limpezas e arrumações que acabaram por limpar e organizar corpo, mente, casa e alma...

A aventura começou com uma "faxina" básica nas roupas e brinquedos da minha filha, coisa que não tínhamos tempo de fazer há muito. Isso lá pela quinta-feira. Aproveitei a empolgação dela em doar coisas que já não usa mais (isso depois de uma longa dissertação sobre deixar as coisas antigas irem e abrirmos espaço para que as coisas novas possam vir...) e colocamos a mão na massa. Descemos metade das coisas do armário, reviramos as caixas de brinquedos, esvaziamos o espaço de sapatos. Além da diversão e das coisas que encontramos e que já tinham sido dadas como perdidas, dessa revirada saíram sacolões enormes que foram alegremente levados para doação às vítimas das enchentes, numa barraca montada por iniciativa da galera aqui do condomínio.

Filha orgulhosa, quarto cor-de-rosa (um pouco) mais organizado, final de semana chegando... o que fazer de interessante?...

Sábado de manhã, sem sol, nenhuma programação à vista. A família toda pensava em passear na feira, com direito a pastel, é claro, quando me deparei com a Árvore de Natal (isso mesmo, com maiúsculas no início, nome próprio, tal a importância que o Espírito do Natal tem aqui em casa nesta época do ano). Imponente e linda no patamar da escada, cercada por toda a parafernália natalina que preenche minha casa todos os anos. Com uma certa tristeza por ter chegado a hora de encerrar definitivamente as festas, cancelamos o pastel na feira e nos dedicamos à desmontagem dos apetrechos e da decoração de Natal. E aí... mais faxina à vista. Conforme íamos desmontando as coisas, limpando, encaixotando, guardando, a casa ia ficando vazia, íamos mudando algumas coisas e novas idéias de decoração iam surgindo. Nesse ponto, meu marido já estava no meio da bagunça toda e até dava idéias animadíssimas sobre mudar móveis e trocar as coisas de lugar. A animação foi tanta que logo em seguida estávamos limpando cantos da casa que não eram remexidos há algum tempo! Quanta poeira escondida atrás de lugares por onde passamos, sentamos e nos movemos todos os dias... E a limpeza continuou até o anoitecer...

Por que adiamos e deixamos de lado limpezas e arrumações que são tão necessárias na vida da gente?... Na nossa casa, nas nossas relações, no nosso trabalho... nos acomodamos por sentarmos em um lugar aparentemente limpo, e nem percebemos as camadas de sujeira e de coisas indesejáveis que se formaram nas superfícies onde não enxergamos, mas que estão lá e precisam ser remexidas e retiradas de tempos em tempos... limpezas extremas, bem profundas, de sentimentos, de mágoas, de lembranças doídas que atrapalham nosso corpo e nossa alma...

Só sei terminei o final de semana bem mais leve e mais feliz. Com uma sensação de bem-estar ao enxergar as coisas um pouquinho (bem pouquinho) mais organizadas ao meu redor. Valeu a pena remexer, reinventar, remodelar...

Se acabou? Claro que não... esta semana vou faxinar meu escritório! Talvez dessa faxina eu tire, além dos papéis velhos que não preciso mais guardar e da poeira acumulada nos cantinhos que não olhei com carinho nos últimos meses, grandes novas idéias para colocar em prática durante o ano que está começando!!!

Ótima semana a todos!!!!

5.1.10

Sobre o tempo...

Reflexão do dia:

Por que é cada vez mais fácil reencontrar pessoas que foram importantes na história do nosso passado através de orkut, facebook, twitter e coisas parecidas... e ao mesmo tempo cada vez mais difícil conseguirmos reatar os laços (muitas vezes fortes...) que tivemos de amizade com elas?

Me impressiona a alegria que me invade o peito a cada velho amigo que "acho" na Internet! É aquela festa, um breve resumo do que aconteceu ao longo de alguns (às vezes muitos...) anos, a promessa de não mais nos perdermos nos caminhos da vida... Logo em seguida, me vejo angustiada porque não consigo trocar mais do que uma ou duas mensagens com a maioria dessas pessoas após o "reencontro"...

E o antigo companheiro de jornada fica lá, uma foto no meu painel de amigos, cobrando de mim uma atenção ou mesmo um simples "olá" a cada vez que vejo a imagem e que meu coração se enche de lembranças das coisas que passamos juntos...

Muitas delas foram tão importantes em vários momentos da minha vida... e nossas almas se perderam, pelas encruzilhadas naturais que enfrentamos com o passar dos anos... diferentes escolhas, rumos tomados, forçados ou não, que nos separaram. E agora, quanto tempo resta para reavivar essas imagens que perderam as cores?

E... será que vale a pena remexer nos fantasmas do passado?

Vou pensar sobre isso na insônia de hoje!